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Mostrando postagens com marcador José Atanásio Borges Pinto. Mostrar todas as postagens
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DAS PRISÕES E DAS IGREJAS

TÍTULO

DAS PRISÕES E DAS IGREJAS

COMPOSITORES

LETRA

DOROTÉO FAGUNDES

MÚSICA

JOSÉ ATHANÁSIO BORGES PINTO

INTÉRPRETE

DOROTÉO FAGUNDES

RITMO

MILONGA

CD/LP

9ª CIRANDA MUSICAL TEUTO-RIOGRANDENSE

FESTIVAL

9ª CIRANDA MUSICAL TEUTO-RIOGRANDENSE

MÚSICOS

VIOLÃO: CAO GUIMARÃES

VIOLINO: MARCELO

ACORDEOM: BETO CAETANO

DAS PRISÕES E DAS IGREJAS

(Dorotéo Fagundes, José Athanásio Borges Pinto)

 

Esses meninos ao pé da escada

Ouvindo o sino a badalar

Vivem sozinhos seus descaminhos

Que ninguém sabe onde vão chegar

 

Esses meninos de abrigos rotos

De pés descalços não sabem, não

Que os homens correm e o mundo é louco

E o tempo é pouco para compaixão

 

Pelas favelas, pelas calçadas,

Pelas escadas, esses meninos

São nazarenos de um tempo novo

Levando as cruzes dos seus destinos

 

E passam homens fingindo pressa

Desviando os olhos para não ver

Que esses meninos pelos degraus

São mundos maus a acontecer

 

Esses meninos tão sem destino

Sem pai, sem mãe, sem deus, sem voz

Abandonados e deserdados

São rio-grandenses iguais a nós

 

Qual será a sorte, qual será o norte

Desses meninos pré-marginais?

Que, às vezes, dormem numa cadeia

Outras na escada das catedrais

 

Pelas favelas, pelas calçadas,

Pelas escadas, esses meninos

São nazarenos de um tempo novo

Levando as cruzes dos seus destinos

 

Qual será a sorte, qual será o norte

Desses meninos pré-marginais?

Que, às vezes, dormem numa cadeia

Outras na escada das catedrais. 

De Gaúchos e Cavalos

De Gaúchos e Cavalos
(José Atanásio Borges Pinto, Walther Morais)

Amigos peco licença para trancar minha rima
E daqui, de serra acima cantar versos de aporfia
Pra falar na valentia de gaúchos e cavalos
Pois me dá gosto lembra-los no rodeio em vacaria

No rodeio em vacaria onde a história se repete
Aporreados e ginetes peleiam com altivez
Em um ventito quando em vez faz arrepiar a restinga
Deixando no ar a mandinga e a alma de trinta e tres

A alma da trinta e três do rasga-diabo ou do bozo
Deve andar baixando o tozo no meio da gauchada
E cada venta-rasgada égua chucra, potro maula
Me faz lembrar os "de Paula" numa linda gineteada

Numa linda gineteada como o vigil já fazia
Igualzito o João Maria o ginetaço lageano
E os de "Allá", os castelhanos Don Luiz rosa, Don Danilo
Cada qual com seu estilo bem no jeitão campechano

Bem no jeitão campechano o Graciliano Medeiros
Esporeava caborteiros desde a paleta até o focinho
E o Aníbal Silva, Borginho, Ari nunes e outros tantos
Desafiavam quebrantos do "vovô" do passarinho

Do "vovô" do passarinho e das luas aporreadas
A lua cheia e a prateada com a mandraca lá em cima
As duas diabas divinas que a gineteada temia
E quase sempre saia voando por sobre as crinas

Voando por sobre as crinas e antecipando o bailado:
Milonga, xote-solado última valsa, rancheira
Meia noite ou noite inteira a corcovear pelo mundo
Sem parar um só segundo pra sapatear a vanera

Pra sapatear a vanera e pra escutar o relincho
Do tobiano capincho corcoveando meia-hora
E depois sai campo a fora pra visita a namorada
Com a lobuna prateada troteando abaixo de espora!

Venham todos! Venham todos! A lenha já está queimando
A carne gorda pingando e um mate bueno cevado
Pela cancha um aporreado a espera de um domador
Gaita, violão e cantor e prendas por todo lado



De Gaúchos e Cavalos - Walther Morais by guascaletras

De Boca Em Boca

De Boca Em Boca
(José Atanásio Borges Pinto, Cenair Maicá, Chaloy Jara)

Andam falando por aí, de boca em boca
Que a nossa fibra e nossa garra esmoreceu
Que andam pisando em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

Nosso cobre na guaiaca anda minguado
Pela coxilha nuvem negra campereia
A pátria grande olha pra além do horizonte
E aqui nos pago a incerteza nos maneia

Andam falando por aí, de boca em boca
Que a nossa fibra e nossa garra esmoreceu
Que andam pisando em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

A nossa garra vem do tempo das patreadas
A nossa fibra é a semente do passado
E o destemor é porque nunca aqui nos pagos
Por estrangeiros nosso pala foi pisado

Andam falando por aí, de boca em boca
Que a nossa fibra e nossa garra esmoreceu
Que andam pisando em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

Meus irmãos, abram gaitas e gargantas
Numa canção que leve a fé por onde ande
E um canto livre há de elevar-se nas coxilhas
Mostrando a raça deste povo do rio grande

Deixe que eles falem por aí, de boca em boca
Pois a nossa fibra e nossa garra não morreu
E ninguém pisa em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

O sangue guapo dos heróis e dos valentes
Que ainda corre adormecida em nossas veias
Há de aquecer-se em novas rondas e vigílias
Nos dando força pra arrebentar as maneias

Deixem que eles falem por aí, de boca em boca
Pois a nossa fibra e nossa garra não morreu
E ninguém pisa em nosso pala
Quem consente é certamente, porque a fibra já perdeu