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Mostrando postagens com marcador José Alves Camargo. Mostrar todas as postagens
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Pealo

Pealo
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Quando me perco passeando
Meus olhos no teu olhar
Reponto sonhos secretos
Carente por te encontrar

E tu, me vês e não sentes
O brilho quente em meus olhos
Fala tão alto o silêncio
Quando silente te olho

Estou carente querendo
Me enrodilhar nos teus braços
Me enlaça com teu afeto
Me prende no teu abraço

Quero afogar o desejo
Na fonte dos teus carinhos
Galopar léguas de afagos
Descobrir novos caminhos

Me leva nesta volteada
Pra camperear a ternura
Na invernada do amor
Quero encerrar a procura

Estou carente querendo...



PEALO - Helena Fontana e Jaime Ribeiro by Helena Fontana 1

Estradeando

Estradeando
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Carrego a sina estradeira
De amansar muitos caminhos
Por isso ando sozinho
E não penso em me arranchar
Hai muito chão para andar
E o tempo passa ligeiro
De certo sou passageiro
Da gana de gauderiar

Já proseei com as estrelas
Em noites enluaradas
Num pouso à beira da estrada
No macio dos meus pelegos
A lua deu-me aconchego
Lençol de prata no céu
E a aba do meu chapéu
Aparou o sol bem cedo

Pode que um dia eu prenda
No laço de uma paixão
Se encontrar alguém que enfrene
Pra sempre meu coração

Seguindo o rumo dos sonhos
Sou dono do meu destino
Tenho um cachorro e um pingo
Amigos de toda hora
Se me cutuca de espora
Uma saudade dormida
Dou rédeas de volta à vida
E campereio comigo

Se me dou comigo mesmo
Melhor entendo aos outros
Mas tenho cismas de potro
Que ninguém vai amansar
E se não posso mudar
O que entendo de errado
De pronto eu dou o lado
E busco um novo lugar

Pode que um dia eu me prenda...



ESTRADEANDO - Letra Helena Fontana Música José Camargo Intérprete João Quintana e Grupo Parceria by Helena Fontana 1

Temporais

Temporais
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Parece que o céu desaba
Num pranto feito de chuva
Um raio rasga o espaço
Sangrando a noite escura

O vento, parece louco
Açoita o arvoredo
Balança a quincha do rancho
E o guri chora de medo

Não chora meu filho dorme
Que o temporal vai passar
E logo ao romper da aurora
O sol voltará a brilhar

Embalado pelo afago
Dorme ouvindo a cantiga
E a mão pequena não larga
O calor da mão amiga

A noite que era um assombro
Sumiu quando amanheceu
Um dia o piá se viu homem
E a mão amiga perdeu

Não chora meu filho, dorme....

E nesses tempos de medo
Quantos temporais enfrenta
Mas dizem que homem não chora
Sofrena o choro e aguenta

Chora sim, feito criança
Mentir pra si, não precisa
Um homem também tem medo
Nos temporais desta vida



TEMPORAIS – João Quintana Vieira - Letra Helena Fontana Música José Alves Camargo by Helena Fontana 1

Léguas De Ausência

Léguas De Ausência
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Tive a imensidão dos campos
E a liberdade dos livres
O espelho das águas claras
E um céu azul, também tive

Amiga, a mãe Natureza
Me ofereceu seus brinquedos
O dia sempre uma festa
A noite sonhos sem medo

Upa-upa cavalinho
Corcoveando no capim
E o rebenque de alecrim
Assoviando no ar
Assim aprendi a montar
Meu cavalo de madeira
Enfrenei, corri carreiras
Num tempo só de brincar

Hoje a chuva molha as ruas
Empoeiradas da cidade
Trazendo um cheiro de infância
Carregado de saudade

São formas, cores, sabores
Que lembro tão bem ainda
A estância da minha infância
Seu mato, rio e cacimbas

Qualquer dia tomo a estrada
E rumo para a querência
Enrodilhando a saudade
De muitas léguas de ausência

Vou rever a casa grande
O jardim o arvoredo
Sentir o cheiro do pasto
Beber apojo bem cedo

Upa-upa cavalinho... 



LÉGUAS DE AUSÊNCIA - Miguel Marques e Garotos de Ouro Letra Helena Fontana Música José A. Camargo by Helena Fontana 1

Bugio Do Proletário

Bugio Do Proletário
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Cruz em credo Virgem Santa
E agora seu José
A canoa está furada
E esse rio tem jacaré

A confiança foi pra o brejo
E a esperança foi de atrás
Quem não se arrumou na vida
Não se ajeita nunca mais

Se correr o bicho pega
Se parar o bicho come
Eu vivo pagando o pato
E nunca votei nos “home”

Já se foi o boi com a corda
E a égua com os arreios
Estou mais apavorado
Do que cego em tiroteio

Não tem macumba que arrume
Nem a fé me gratifica
Pois a coisa tá de um jeito
Que pior que isso não fica

Enfunchado  até os nabos
Ninguém sabe o que fazer
Esse salário nabento
Não faz a preta ferver

Não tem bagual que resista
É carreira desparelha
Na estância do Cabral
Tem mais sorro que ovelha

Bem que o meu avô dizia
E o vovô tinha razão
O pobre só é lembrado
Em ano de eleição

Mas o povo tem memória
E um dia vai dar resposta
Não vale trocar as moscas
E seguir na mesma história



BUGIO DO PROLETÁRIO -Os Garotos de Ouro Letra Helena Fontana Música José Alves Camargo by Helena Fontana 1

Sina Carreteira

Sina Carreteira
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Nos raios do rodado roda o tempo
Roda a vida sempre no mesmo lugar
Bois na ponta, bois do coice, êra boi
E a carreta vai rangindo sem parar

Quantas marcas nas estradas carreteiras
Que o tempo aos pouquitos apagou
Quantos sonhos que o pobre carreteiro
Nas andanças ao passito extraviou

E agora sem quitanda nem carreta
Qual boi manso já cansado da lida
Rumina amargura e desconforto
Nalgum rancho no arrabalde da vida

Esta sina carreteira eu também tenho
Pela vida vou carretando ilusão
Minha carreta carregada de esperança
Muitas juntas de saudade e solidão

Sigo adiante repisando velhos trilhos
Picaneando a força da sobrevivência
A espera do raiar da nova aurora
Que ilumine as sombras da existência.



SINA CARRETEIRA.Letra Helena Fontana Música José Camargo. Kiko Lemos by Helena Fontana 1