Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Jorge Rodrigues de Freitas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jorge Rodrigues de Freitas. Mostrar todas as postagens

Piazito De Campanha


Piazito De Campanha
(Jorge Rodrigues de Freitas, Valter Luiz Fiorenza)
        
Debruça o piá sobre o leito do rio que passa solito
Lavando o rosto em suas águas e depois segue ao tranquito
Vai se a cumprir seus encargos tal como o rio, o piazito
É domingo na fazenda, tem carreira no povoado
O guri pega a cesta não pode ficar parado

Rapadura cinco pila ele grita entusiasmado
Êra boi, êra boiada passou a semana inteira
Nos domingos tem carreira e o patrão o dispensou
Piazito de peito aberto calça curta e pé no chão
Ele sai de madrugada, se enfurna na imensidão

Mas de tarde quando o sol já se esconde pra dormir
Num crepúsculo de sonhos o piazito sem sentir
Volta pra estância sem pressa, cesto cheio sem sorrir
Como encarar a mãe velha?
Como encarar os piás?
Se eu sou o homem da casa, que vergonha de voltar
Rapadura cinco pila, o povo não quis comprar

Êra boi, êra boiada passou a semana inteira
Nos domingos tem carreira e o patrão o dispensou
Piazito de peito aberto calça curta e pé no chão
Ele sai de madrugada, se enfurna na imensidão

Como encarar a mãe velha?
Como encarar os piás?
Se eu sou o homem da casa, que vergonha de voltar
Rapadura cinco pila, o povo não quis comprar
Rapadura cinco pila, o povo não quis comprar



Antonio Luiz Olesiak E Grupo Nativo Reducoes - Piazito De Campanha by Guascaletras

Cambichos

Cambichos
(Luiz Bastos, Jorge Rodrigues de Freitas)

Quando escaramuça no meu peito uma saudade
Agarro as garras pra encilhar meu estradeiro
E enquanto a tarde já se apaga pelos cerros
Minh'alma acende suas paixões e seus segredos

Depois a noite trás a lua leve e calma
Estes banhados erguem vozes e cochichos
Eu abro as asas onduladas do meu pala
Porque me bate a sede louca dos cambichos

Tiranas lindas que me arrastam pra um surungo
Num fim de mundo onde geme uma cordeona
Onde se embala minha alma de campeiro
Pelos luzeiros das miradas querendonas

Gringas mestiças e morenas cor de aurora
Negras e claras se confundem na fumaça
Meu coração é um barco errante nessas horas
Passando a noite sem saber que a noite passa

Mas quando o sol braseia as barras do horizontes
Só restam rumos e recuerdos pra seguir
Porém mais vale pra um gaudério esta saudade
Do que não ter saudade alguma pra sentir.



Enviada por Liane