Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador João Quintana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador João Quintana. Mostrar todas as postagens

TROFÉUS SEM PAZ

Título
TROFÉUS SEM PAZ
Compositores
LETRA
LAURO SIMÕES
MÚSICA
CLEIBER ROCHA
Intérprete
JOÃO QUINTANA E GRUPO PARCERIA
Ritmo
MILONGA
CD/LP
30º PONCHE VERDE DA CANÇÃO GAÚCHA
Festival
30º PONCHE VERDE DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


TROFÉUS SEM PAZ
(Lauro Simões, Cleiber Rocha)

As adagas e as pistolas, nas molduras.
As espadas com brasões de sóis em ouro
São relíquias da História das planuras,
Que hoje habitam os museus como tesouros.

Cada uma mostra a origem na cartela,
Todas elas vêm das eras mais distantes,
Somam juntas velhos tempos de tutela,
Temperadas em refregas e levantes.

Dessas pilchas, desde a tosca e antiga lança,
Fez o homem mais mortal o fogo e a faca.
Veio o medo a rondar-lhe nas andanças
E o destino a morar sob a guaiaca.

Das inertes ferramentas do heroísmo,
Empunhadas nas primícias ancestrais
Vemos hoje à imagem do cinismo:
Sangue e morte, dia a dia nos jornais.

Segue a luta pelo tempo e pela vida,
Pelas ruas e nos campos da querência.
Novas armas sem consciência são erguidas
Quais troféus da insana violência.

Chegue a hora de inocentes não pagarem
Com a vida por rancores e aflições.
E que os homens de estopins nas mãos compreendam

Que um sorriso vale mais que mil canhões.

NEGRO PAMPA

Título
NEGRO PAMPA
Compositores
LETRA
GILBERTO TRINDADE
MÚSICA
ZULMAR BENITEZ
Intérprete
JOÃO QUINTANA E GRUPO PARCERIA
Ritmo
CANDOMBE
CD/LP
16ª CASILHA DA CANÇÃO FARRAPA
Festival
16ª CASILHA DA CANÇÃO FARRAPA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
3º LUGAR – LINHA TEMÁTICA FARROUPILHA

NEGRO PAMPA
(Gilberto Trindade, Zulmar Benitez)

Couro negro África mãe
Parindo navios negreiros
Alma crioula encharcada
Com sangue dos saladeiros

Ventas largas pés rachados
Entre as botas de garrão
Coração que traz nas veias
As marcas da escravidão

Faz vigília faz história
Sem questionar a razão
Nas virtudes de tua raça
Os sonhos de uma nação
Sangra o peito Negro Pampa
Que isso te faz um irmão

Como guias rotas crenças
E a fé nos cascos do pingo
Olhar preso na esperança
De um novo poente surgindo

A mão que bate no peito
Trovão despertando a terra
No viço da lança em riste
O campo pronto pra guerra


Peão das Horas

Peão das Horas
(Armando Vasques, Adão Quintana Vieira)

Quando se ergue um carijo em toscas varas
Braças de sol a lampejar pelo brazeiro
O gaúcho na vigília da erva mate
É peão das horas no Rio Grande missioneiro

As romarias de fumaça que levantam
Espantam tropas que se perdem céu a fora
E o tarefeiro na vigília do carijo
Neste momento, sem saber, é peão das horas

Na noite escura, o rubro vivo do braseiro
Tem mil luzeiros nos rodeios da erva mate
E o rebuliço nas manobras nos cancheios
Lembram gaúchos pelos campos de combate

O tarefeiro sempre alerta em prontidão
É sentinela a rondar nas sesmarias
É peão das horas, é gaúcho e maragato
Rondando tempos de degolas e sangrias

Se um pé de vento levantar as labaredas
É boitatá que vem varando a noite fria

Tarefeiro, tarefeiro, peão das horas
Na vigília do carijo, peão rondeiro
Lembras as rondas do Rio Grande de outros tempos
Som de cascos e adagas nos cancheios
Vê Honórios nos piquetes de fumaça
Maragatos no vermelho do brazeiro

Tarefeiro, tarefeiro, peão das horas
Sentinela dos carijos missioneiros


Intérprete: João Quintana Vieira e Grupo Parceria

Estradeando

Estradeando
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Carrego a sina estradeira
De amansar muitos caminhos
Por isso ando sozinho
E não penso em me arranchar
Hai muito chão para andar
E o tempo passa ligeiro
De certo sou passageiro
Da gana de gauderiar

Já proseei com as estrelas
Em noites enluaradas
Num pouso à beira da estrada
No macio dos meus pelegos
A lua deu-me aconchego
Lençol de prata no céu
E a aba do meu chapéu
Aparou o sol bem cedo

Pode que um dia eu prenda
No laço de uma paixão
Se encontrar alguém que enfrene
Pra sempre meu coração

Seguindo o rumo dos sonhos
Sou dono do meu destino
Tenho um cachorro e um pingo
Amigos de toda hora
Se me cutuca de espora
Uma saudade dormida
Dou rédeas de volta à vida
E campereio comigo

Se me dou comigo mesmo
Melhor entendo aos outros
Mas tenho cismas de potro
Que ninguém vai amansar
E se não posso mudar
O que entendo de errado
De pronto eu dou o lado
E busco um novo lugar

Pode que um dia eu me prenda...



ESTRADEANDO - Letra Helena Fontana Música José Camargo Intérprete João Quintana e Grupo Parceria by Helena Fontana 1

Temporais

Temporais
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Parece que o céu desaba
Num pranto feito de chuva
Um raio rasga o espaço
Sangrando a noite escura

O vento, parece louco
Açoita o arvoredo
Balança a quincha do rancho
E o guri chora de medo

Não chora meu filho dorme
Que o temporal vai passar
E logo ao romper da aurora
O sol voltará a brilhar

Embalado pelo afago
Dorme ouvindo a cantiga
E a mão pequena não larga
O calor da mão amiga

A noite que era um assombro
Sumiu quando amanheceu
Um dia o piá se viu homem
E a mão amiga perdeu

Não chora meu filho, dorme....

E nesses tempos de medo
Quantos temporais enfrenta
Mas dizem que homem não chora
Sofrena o choro e aguenta

Chora sim, feito criança
Mentir pra si, não precisa
Um homem também tem medo
Nos temporais desta vida



TEMPORAIS – João Quintana Vieira - Letra Helena Fontana Música José Alves Camargo by Helena Fontana 1

Flor do Aguapé

Flor do Aguapé
(Edilberto Teixeira, Enio Medeiros)

Encima do espelho d’água,
Com as raízes se enredando
O aguapé fica boiando,
Onde a sanga não dá pé
Num tapete verde-oliva,
Como orquídea azul nativa
Nasce a for do aguapé.

Aguapé filtro das águas,
Remansosas que são turvas
Vem mostrar depois das chuvas
Os pesqueiros junto à flor.
Quando é noite o vento é calmo
As traíras mais de palmo,
Cai no anzol do pescador.

Aguapé flor do meu pago
Com feitio de alga marinha
Flor azul da beira d’água
Trampolim das marrequinhas.

Com as gavinas flutuantes
Faz a taipa contra o vento,
E só muda acampamento
Quando o temporal deságua
O aguapé na água flutua
Pra esconder da luz da lua,
Os encantos da mãe d’água.

No verão lá no meu pago,
Quando é tempo de pitanga
Se uma prenda olhando a sanga,
Do aguapé quer ter a flor.
Logo o peão apaixonado,
No lagoão se põe a nado
E traz na mão pro seu amor.



Flor De Aguapé - João Quintana Vieira e Grupo Parceria by guascaletras

Canto do Peão Solito


Canto do Peão Solito
(Edilberto Teixeira, Ênio Medeiros)

Como é larga a madrugada...

Como é larga a madrugada,
Quando eu me largo a cantar
Se eu bebo um trago de lua,
Meu canto imita o luar.

Se vai pro céu alumiando
A sanga, o córrego e a restinga,
Pra ver num pé de amarillo,
Se encher de lua a caçimba.

Meu canto de peão solito
Na noite pampa flutua
Cavalgando acolherado
Co’a luz difusa da lua.

Meu canto sai no infinito
Apascentando as ovelhas,
Trazendo o embornal da noite
Cheio de lua e de estrelas

Como é larga a madrugada,
Quando eu me largo a cantar
Se eu bebo um trago de lua,
Meu canto imita o luar.

Meu canto é um potro selvagem
Que abre a porteira e se vai...
Depois se apaga no abismo
Como uma estrela que cai.

Quando a lua fura a quincha
De algum rancho de capim,
Quer saber, alcoviteira,
Se a china chora por mim.

Quando a lua me abandona
Como um rancho sem ninguém
Meu canto chora o laçaço
Da luz da aurora que vem.


Tropeiro Do Futuro

Tropeiro Do Futuro
(Armando Vasquez, Adão Quintana Vieira)

Piazito, olhes bem estas campanhas
Desta Querência, onde tocas boi por diante;
Tu que vais ser o amanhã rumo ao futuro,
Tens que saber o que te espera pela frente.

Põe tenência no que te digo, piá:
Cuida esta Pampa que o amanhã espera por ti;
Lembra que um dia eu deixarei de ser moço;
E tu também, vais deixar de ser guri.

Não te impressiones com discursos e bravatas,
Desses que zumbem como fazem as abelhas:
Vai ver os sorros misturados aos rebanhos,
Pelos caminhos, a berrar junto às ovelhas.

Quando tu fores o Tropeiro do Futuro
E pelas trilhas encontrar dificuldades,
Recorda sempre o que a querência te ensinou
E saberás te conduzir à liberdade.

Quando encontrares, nos atalhos desta Pampa,
Tropas vendidas, seduzidas por vinténs,
Lembra guri: nem que o mundo venha abaixo,
Jamais entregues a Querência pra ninguém.

As piores ervas são aquelas que não vemos,
Ervas daninhas que a qualquer tempo resistem;
Mesmo sem vê-las, toma cuidado guri,
São como o vento que não vês, mas ele existe.

Quando tu fores o Tropeiro do Futuro
E pelas trilhas encontrar dificuldades,
Recorda sempre o que a querência te ensinou
E saberás te conduzir à liberdade.


 
Tropeiro do Futuro - João Quintana Vieira e Grupo Parceria by Guascaletras