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Gaita Gringa


Gaita Gringa
(Flori Wegher, Jauro Gehlen)
                                                                     
Nos fins de tarde se ouvia um toque
Vindo de longe...detrás do vento,
E um gringo velho meio oitavado
Buscava a alma do instrumento.

Eram acordes rudimentares
De mãos cansadas da dura lida
E as roucas notas de seus cantares
Contraponteavam a própria vida

Veio da Itália a gaita gringa
Viveu no peito do Chico Arcário
Antes das missas substituía
O badalado do campanário.

Morreu o Chico...ficou a gaita
Emudecida, como um sacrário,
Calou-se o pampa e a gaita gringa
Como um tributo ao Chico Arcário.

Eram acordes rudimentares
De mãos cansadas da dura lida
E as roucas notas de seus cantares
Contraponteavam a própria vida

Como era lindo o morrer da tarde
Com a fragrância inocente e pura
Trazida ao vento do parreiral
O cheiro doce de uva madura.

Veio da Itália a gaita gringa
Viveu no peito do Chico Arcário
Antes das missas substituía
O badalado do campanário.

Morreu o Chico...ficou a gaita
Emudecida, como um sacrário,
Calou-se o pampa e a gaita gringa
Como um tributo ao Chico Arcário.     



Serrano Sim Senhor

Serrano Sim Senhor
(Flori Wegher, Jauro Gehlen, Glenio Vieira)
                                         
Venho de cima da serra, sou serrano sim senhor,
Sou um tigre peleador, guardião desta fronteira,
Sou abridor da porteira, prá aqueles que vêm em paz,
Sou posteiro e capataz da invernada brasileira.

Se a minha bombacha é estreita,
Não é por falta de pano,
Pois a lida de vaqueno me proíbe o exagero,
Se diferente é o apêro e a bota é assanfonada,
Eu herdei das carreteadas e dos birivas tropeiros.

Me orgulho em ser serrano, pisador de geada fria,
Domador de ventania, parapeito pro Minuano,
Sou taipeiro veterano, sapecador de pinhão,
No mundo que é meu galpão, sou monarca  soberano.

Trago retrechos na alma de cordeonas fandangueiras,
De guitarras choradeiras, herdadas do velho mundo,
Acordes do Pedro Raimundo, clarinando a madrugada,
Assobiando pela estrada, na volta de algum surungo.

Prá demarcar a divisa, plantei a velha bandeira,
Levantei esta trincheira, prá rebater o invasor,
Sou eterno bombeador da pampa continentina,
Tive esta graça divina, sou serrano sim senhor.
Me orgulho em ser serrano, pisador de geada fria,
Domador de ventania, parapeito pro Minuano,
Sou taipeiro veterano, sapecador de pinhão,
No mundo que é meu galpão, sou monarca soberano.