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PRINCÍPIO


TÍTULO
PRINCÍPIO
COMPOSITORES
LETRA
GUJO TEIXEIRA
EVAIR SUAREZ GOMEZ
MÚSICA
JULIANO GOMES
INTÉRPRETE
ADRIANO GOMES
ITA CUNHA
RITMO
MILONGA
CD/LP
35ª GAUDERIADA DA CANÇÃO GAÚCHA
FESTIVAL
35ª GAUDERIADA DA CANÇÃO GAÚCHA
DECLAMADOR
RICARDO COMASSETO
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
1º LUGAR

PRINCÍPIO
(Gujo Teixeira, Evair Suarez Gomez, Juliano Gomes)

Chispiou a primeira estrela
Sobre o céu do continente
Se ouviu a água corrente
Cortar a pampa charrua
Nascia a raça mais crua
Que o espinho da japecanga
Pra olhar a boca da sanga
Comungar hóstias de luas...

Voaram então duas pedras
Sobre as cabeças, rodando
E viu-se um potro bolcando
Levando o primeiro tombo
Pra depois, manso de lombo,
Carregar um índio campeiro
E se ouvir no pago inteiro
Patas baterem qual bombo.

Rasgou no céu a faísca
De um raio em noite de guerra
Que enraizou-se na terra
Bem vinda, fértil e mansa
E o fio da adaga e da lança
Com o mesmo aço que veio
Moldou-se à boca, nos freios
Dos cavalos de confiança.

Morreu a rês pela faca
E principiou-se a sangria
Demarcando a geografia
Em rastros e morredouros
Quando o avesso dos couros
Que toldaram os benditos
Trançaram relhos e ritos
Em mil peleias de touros.

Se vieram os dias, as noites
Romanças e ventanias
As vacas chamando a cria
Em rodeios e entreveiros
Barbarescos aguaceiros
Molhando a alma da gente
Que fecundou a semente
Na gênesis dos campeiros.

No princípio foi assim...
Se fez o céu e a terra
E as águas primordiais
E os gaúchos tão iguais
À sua própria imagem
Fez-se a luz, a paisagem
Os bichos e o firmamento
Depois, a chuva e o vento
E nem precisava mais!

FICOU DE A PÉ O CAPATAZ

Título
FICOU DE A PÉ O CAPATAZ
Compositores
LETRA
RODRIGO BARRETO
MÚSICA
ROBLEDO MARTINS
EVERSON MARÉ
Intérpretes
MATHEUS LEAL
ITA CUNHA
Ritmo

CD/LP
8ª GALPONEIRA
Festival
8ª GALPONEIRA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


FICOU DE A PÉ O CAPATAZ
(Rodrigo Barreto, Robledo Martins, Everson Maré)

Até parece que o mundo
Desaba num tempo feio
Rumor de pata e relincho
E rédea partindo ao meio
Uma zaina malacara
Lá na porteira do passo
Deixou “de a pé” o Nicássio
E disparou com os arreios

Mas o amigo Nicássio
Há muitos dias na estância
Tinha sua alma inquieta
Mais uma tropa de ânsia
Pôs atenção no palheiro
E não teve o que fazer
Ao ver a zaina correr
Ganhando campo e distância

O cavalo me diz coisas
Até mesmo disparando,
O som de casco no chão
No meu ouvido ecoando.
É minuano que sopra
E vem no couro calando,
É tal guitarra campeira
Em polca se desmanchando.

Eu me criei escutando
Daquele mais “escolado”
Pingo que pisa na “rédea”
Da boca tá estragado.
Por isso ao bolear a perna
Seja em porteira ou picada
Garantir sempre a pisada...
Trazer o “calo” agarrado!

E bate laço na anca,
Dobra os “pelego” pra trás
Rompeu barbela de freio
Ficou “de a pé” o capataz
Naquele tropel de casco
Tragou terreno a malina
Fica a espelhar na retina
O vulto que se desfaz.


O MEU SONHO DE CAMPEIRO

Título
O MEU SONHO DE CAMPEIRO
Compositores
Alex Silveira
Matheus Leal
Intérpretes
Matheus Leal
Ita Cunha
Ritmo
Chamarra
CD/LP
3ª Manoca do Canto Gaúcho
Festival
3ª Manoca do Canto Gaúcho
Declamador

Amadrinhador


O MEU SONHO DE CAMPEIRO
(Alex Silveira, Matheus Leal)

Uma boina repousando sobre um pala
Trempe e cambona junto as brasas do fogão
Um silêncio, meu olhar despreocupado
Procuro as coisas que são do meu agrado
E depois guardo no baú do coração

Quando vejo um paysano pela estrada
Penso e repenso d'onde vem sua existência
Será tropeiro, de comparsa ou domador
Que volta às casas pra rever a sua flor
Trazendo coplas de saudade da querência

Assim é a terra que escolhi pra o meu lugar
Com a rudeza, mas também com nostalgia
Fundo de campo que pra mim é um regalo
Tanto horizonte, rancho tosco e bom cavalo
E uma vontade de viver a cada dia

Mas hoje o rádio me deixou entristecido
Com as notícias que ouvi da sua voz
Fome de guerra pelas mãos destes malinos
Homens que teimam em mudar nosso destino
E destruir a paz do mundo que há entre nós

Quem sabe um dia eu consiga no meu sonho
Transformar a insensatez de um ditador
Pois vale tanto um "buenas tarde" na porteira
Mostrar que o mate ali na sombra da figueira
Pra minha gente tem muito mais valor.


De Vida E Querência


De Vida E Querência
(Dalvan Medina, Ita Cunha)

Um palanque de forquilha
Entonado se eterniza,
Escorador de tropilhas
Honra o chão de onde pisa.
Uma costa grande de mato
É sombra para os mormaços,
E algum novilho retaco
Se encontra fácil pra o laço.

Já na porteira da frente
Cinamomos emolduram,
O passado e o presente
Na tela viva figuram.
As pedras levam a caminho
Do rancho de alma pura,
Nunca se encontra sozinho
E o mate a volta procura.

Um lugar de paz e esperança
Nascente de poesia,
Por tudo que a vista alcança
Se tem o ganho todo o dia.
Pois neste rincão de essência
Onde a alegria se expande,
Uni-se vida e querência
Cá no garrão do Rio Grande.

Vertente de água boa
Se acha as margens da sanga,
E pro ofício da lavoura
A bois de lei pra canga.
Pra alguma lida de campo
Pingos mouros e rosilhos,
Fletes de fibra e encanto
Debaixo de um lombilho.

'Nos fim' de tarde ressoa
Aves numa só linguagem,
E nos pés das três lagoas
Garças enfeitam a paisagem.
O Cerro abriga romances
Que o pôr-do-sol concebeu,
E a lua empeça relances
Tal como aceno de Deus.