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Identidade

Identidade
(Luiz Carlos Borges)

Com chapéu de aba larga
E barbicacho de couro
E este lenço apresilhado
Por uma argola de ouro
Mais esta faixa bordada
Por descendente de Moro,
Eu me pilcho de pampiana,
Alpargata castelhana
E um patuá contra o agouro,
Defendendo o que é meu
Com esta voz que Deus me deu
Porque esse é meu tesouro.                
  
Cantando levo a vida
E a vida me levando,
Quem já nasceu cantando
Renasce todo dia.
Me encanta ser assim
Feliz, sem preconceito,
Um rio que do seu leito...                   
Derrama poesia!                                 

Qualquer espaço é lugar
Para soltar minha voz
Da nascente até a foz
O meu canto é assim:
- Mensageiro das barrancas,
Mescla de terra e capim,
Uma enchente de esperança
Que se agita e que se amansa,
Manancial que não tem fim,
Cristalina na vertente
Sou matriz e afluente
Desse rio que corre em mim.
                                
Cantando levo a vida
E a vida me levando,
Eu vou morrer cantando
E, se eu voltar um dia,
Permita Deus que eu volte
Gaúcha, deste jeito,
Com a mesma voz no peito...
Repleta de poesia