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Mostrando postagens com marcador Hélvio Luis Casalinho. Mostrar todas as postagens
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Aquel Viejito


Aquel Viejito
(Hélvio Luis Casalinho, Fabiano Bacchieri)

Ayer estuve em aquel rancho amigo
Pa escuchar al hombre que mucho me há dicho
Me alzo um mate y se quedo callado
Em um silencio que yo nunca he visto.

Aunque su brazo temblando estuviera
Cebava em calma y lo hacia sabroso
Y me dijo siempre que mate lavado...,
Solo después de haberse muerto.

Entonces, suave, le hable despacio
- porque el silencio em um dia tan claro?
Y el viejo pronto contesto tranqüilo
...- hoy solo quiero mirar tu sonrisa.

Y asi em mi pecho como um potro alzado
Mi corazón se puso a abrir a golpes
Y comprendi que solo escucharia
El ronco amargo y el tarariar del fuego.

Y alli yo supe que no más tendria
Las cosas buenas que el viejito hablava
Quien sabe em reza com mi tata dios
Mate la sede de las tardes serenas...



Até O Fim Dos Meus Dias

Até O Fim Dos Meus Dias
(Eduardo Muñoz, Hélvio Luiz Casalino, Raineri Spohr)

Por certo o primeiro pranto
Foi obra do nosso encontro
Pois quando apontei no brete
Já vinha de laço pronto
A mim não restou escolha
Pra honrar a contradição
Ajoujo de corpo e alma
Pelo talho do cordão

A alma tem dessas coisas
Que o corpo não acompanha
Será por esse motivo
Que tanto a gente se estranha?
Nessa tormenta de anseios
Ninguém apela pra fuga
Mas dá sentido pra vida
Na trajetória das rugas.

Me fiz cartão de visita
Pra quem eu nem conhecia
Mas garantia o costado
Até o fim dos meus dias
Pela quietude das horas
A alma ceva conselhos
E a cada gole de mate
Se quebram nossos espelhos.

A alma não se contenta
Enquanto a gêmea não vem
E nem faz causo de nada
Pra ofertar-se pra alguém
Me toca o peso da cruz
Quando a paixão adormece
Serão da carne os pecados
Que o coração reconhece?

A vida compõe espelhos
Em todo e qualquer lugar
Por um exemplo de glória
Por um sorriso no olhar
Mas um vistaço não lê
Toda a essência contida
E até na face do açude
A lua vem destorcida.

Me fiz cartão de visita
Pra quem eu nem conhecia
Mas garantia o costado
Até o fim dos meus dias
Pela quietude das horas
A alma ceva conselhos
E a cada gole de mate
Se quebram nossos espelhos.

O Gado No Corredor

O Gado No Corredor
(Márcio Nunes Corrêa, Hélvio Luis Casalinho, Rui Carlos Ávila)

A tropa magra na estrada pastando a sobra das cercas
Na extensão do caminho onde o sol tinge o rincão
Não há raças nesta fome nem repontes ressolando
Mas recuerdos ecoando pelos silêncios de peão

Qual será o fundamento que submete o campeiro
A costear gado e família no largo de um canhadão
Sorvendo a poeira do sul por um olhar lacrimado
Um despachado da sorte nos campos cá do garrão

Na estampa da cruz cravada um eco de solidão
Mirando de uma prisão o vasto de um horizonte
À beira do corredor vai compondo o universo
Gado e o homem num reverso do que é próprio deste chão

Por certo estes tropeiros cuidando o gado na estrada
Tiveram os sonhos minguados num mundo sem compaixão
Este que planta futuro jogando vidas pra margem
Emoldurando outra imagem, criando outra nação

E a ponta pura orelhana, lascando o casco na pedra
Faz poesia num lamento vagando sem direção
Umas cheias outras falhadas um só destino no ventre
No mesmo ofício indigente dos changueadores de pão

Por isso não julgues mal os filhos destes tropeiros
Que não empunham bandeira tendo paz no coração
São apenas conseqüência desta armadilha rude
Que lhes obriga atitude na inconsciência de uma ação

Na estampa da cruz cravada um eco de solidão
Mirando de uma prisão o vasto de um horizonte
À beira do corredor vai compondo o universo
Gado e o homem num reverso do que é próprio deste chão

Não Era Pra Ser

Não Era Pra Ser
(Márcio Nunes Corrêa, Hélvio Luis Casalinho, Fabiano Bacchieri)

Foram três luas amanunciando um potro
E nem sinal de se entregar prás corda
Olhar de mau, meio frestiando a franja
Coiceando a sombra desde que o sol acorda

É o sereno da manhã de maio,
De quando um bufo despertava a cena
Falsa quietude atada ao palanque
Imagem xucra de um mouro pavena

Filha pequena, flor do meu jasmim
Pelo terreiro num semblante em festa
Sonhando cores n’alguma cantiga
Na liberdade que a inocência empresta

Como um lampejo brincou rumo às patas
Meiando a franja no garrão do potro
E eu no assombro da encruzilhada
De correr por pai ou de rezar pro outro

Nem a forneira fez cantar de ensaio
E até o vento mermou no arvoredo
As quatro patas igual a um palanque
Se enraizaram a esconder segredos

Então a prece que ecoou distância
Fez a flor linda pintar os meus braços
O próprio maula quis poupar a infância
Pela pureza de seus ternos traços

Me dá a cabeça pra eu tira o bucal
Assim com jeito vou te dar benção
E nesse lombo apenas geadas
Vão fazer pátria pela gratidão