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QUANDO UM MATA MAS OS DOIS MORREM

 

 

TÍTULO

QUANDO UM MATA MAS OS DOIS MORREM

COMPOSITORES

LETRA

GUILHERME COLLARES

MÚSICA

ZULMAR BENITES

LISANDRO AMARAL

INTÉRPRETE

MARCELO OLIVEIRA

RITMO

MILONGA

CD/LP

19º PONCHE VERDE DA CANÇÃO GAÚCHA

FESTIVAL

19º PONCHE VERDE DA CANÇÃO GAÚCHA

MÚSICOS

LISANDRO AMARAL - RECITADO E VOCAL

GUILHERME COLLARES - VIOLÃO E VOCAL

ZULMAR BENITEZ - VIOLÃO E VOCAL

CRISTIAN CAMARGO – GUITARRON

RODRIGO MAIA – BAIXO

ALUISIO ROCKEMBACH - ACORDEON

 

PREMIAÇÃO

1º LUGAR

MELHOR INTÉRPRETE – MARCELO OLIVEIRA 

 

QUANDO UM MATA MAS OS DOIS MORREM
(Guilherme Collares, Zulmar Benites, Lisandro Amaral)

"O punhal no sangrador, pele de encontro com o couro.

E por um simples instante dois corações batem juntos num estertor crepitante.
Um vai morrer... Já e pronto.
Mas no peito do que mata, mas no peito do que mata, o coração morre um pouco."
 
Um é cavalo o outro é homem
no centauro da planura Dois seres fundem-se em um
Por isso a faca que mata aquele que está quebrado
Mata também um pedaço da alma do que matou um ser sem pecado algum
 
O pecado sugerido é ter nascido cavalo
É saber que a humanidade o chama de irracional
Ser taxado de animal por quem rouba, estupra e mata
Sem ter desculpa maior que uma mente racional
 
Dizem que bicho não pensa
Mas homem será que sim?
Sou eu quem trabalha duro
Mas a ponta desta adaga termina cravada em mim
 
E o meu bom Deus que comanda
Ou não gosta de cavalo, ou gosta da coisa assim
 
"E morrer... E morrer é o de menos, há coisa muito pior...
Ser espancado, ferido, machucado e ofendido por quem usa seu esforço para sustento e lazer. 
O cavalo, o cavalo então pergunta, pois necessita saber"
 
Dizem que bicho não pensa
Mas homem será que sim?
Sou eu quem trabalha duro
Mas a ponta desta adaga termina cravada em mim
 
E o meu bom Deus que comanda
Ou não gosta de cavalo, ou gosta da coisa assim
 
Mas no peito do que mata
Se for gaúcho e campeiro
Fica cravado uma estaca
Mais mortal que a punhalada
Que sangrou o companheiro
Dor da perda de um amigo
De aliviar sofrimento assassinando o parceiro
Dizem que bicho não pensa



RECUERDO TROPEIRO

 

 

TÍTULO

RECUERDO TROPEIRO

COMPOSITORES

LETRA

GUILHERME COLLARES

MÚSICA

GUILHERME COLLARES

INTÉRPRETE

LISANDRO AMARAL

RITMO

CHIMARRITA ENTRERRIANA

CD/LP

12º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

12º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 

RECUERDO TROPEIRO

(Guilherme Collares)

O tempo das tropas largas
Perdeu-se no pensamento
De tanta poeira e passado
Que o mundo novo olvidou.

E tanta história e herança
Vive das poucas memórias,
Que poucos trazem na essência,
De um tempo que, hoje, é distância…
Que foi meu tempo… e passou!

Há quem diga que o passado
Se perde ou nem tem valor;
Ou vive apenas na essência
De quem percebe as ausências
Dos que plantaram silêncios
Nas curvas do corredor.

Há quem diga que a memória
Serve apenas de fiador
Aos que guardaram recuerdos
Das tropas do sentimento,
Que restaram nas lembranças
Das curvas do corredor.

Fui tropa… sou corredor…
Rondando a vida na aguada…
Um coração de ponteiro
Chamando a tropa na estrada…
Sou canto e aboio tropeiro
Que ecoa nas invernadas…
Venho de um tempo andarengo
Que, hoje, é memória e mais nada!…

Herança é algo que o tempo
Não faz perder seu valor…
Transcende vida e distância,
Brota em cada sentimento
Que a voz do tempo não cala
Nem muda conforme a dor.

CAMBARÁ

TÍTULO
CAMBARÁ
COMPOSITORES
LETRA
LISANDRO AMARAL
MÚSICA
LISANDRO AMARAL
GUILHERME COLLARES
INTÉRPRETE
RAINERI SPOHR
RITMO
CHAMARRA
CD/LP
19ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA
FESTIVAL
19ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES

Cambará
(Lisandro Amaral, Guilherme Collares)

Tu penso que a grota inteira
Era toca de zebu?
E adiante do caracu
Meu manguerão se garante
Quatro tentos viajantes
De um touro gordaço e pampa
Que há muito tempo se acampa
Na garupa do meu mouro
E quando sai é um estouro
Cinchando o diabo das guampa.

Tu penso que tinha azas?
Descrente do meu pingaço.
Não sabia que meu laço
Chegava antes do reio.
E a oração - que ainda creio -
É um terço de 12 braça
Que garante minha raça
Mandando em vaca grotera
E onde tu vai por matreira
Meu ovelhero te abraça.

Por ser de cerne bem duro
Batizei de Cambará...
Sangue de lontra e guará,
Às vezes voa e mergulha;
Cruza em buraco de agulha
Não perde pra touro alçado!
E o boi barroso afamado,
Que o Pedro Ortaça aporreou?
O Cambará que amansou
De carretão e de arado!

Tu pensou que no meu tempo
Cara feia não é fome?
Se eu não laço me consome
Este fundão que é meu céu.
No cambará que dá mel
Zebu matrero se entope
Na tampa desse xarope
Que esse doutor - cruza loco -
Te enfia a trança nos toco
E fecha um pito a galope.

Andava eu e uns Collares
Correndo vaca e se rindo!
Um tal Afonso Laurindo,
O Beto, o Lucio e o Lalinho...
O Guilherme e dois piasinho
- destes crioulos dali -
E o Cambará – nunca vi -
Picaneando no garrão
Pra garantir a nação
Que bebi sangue daqui. 




CICATRIZ

TÍTULO
CICATRIZ
COMPOSITORES
LETRA
GUILHERME COLLARES
MÚSICA
ROBERTO BORGES
INTÉRPRETE
JULIANA SPANEVELLO
ANDRÉ TEIXEIRA
RITMO
ZAMBA
CD/LP
36ª COXILHA NATIVISTA
FESTIVAL
36ª COXILHA NATIVISTA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
1º LUGAR
MELHOR MELODIA
MELHOR ARRANJO
MELHOR CONJUNTO VOCAL
MELHOR INDUMENTÁRIA – JULIANA SPANEVELLO

CICATRIZ
(Guilherme Collares, Roberto Borges)

Uma lágrima sequer
Verterei por teu olhar...
Viverás da escuridão
Que derramas junto a ti.

Se meu sonho foi teu mal,
Minha dor será teu dom....
Viverei da cicatriz
Do que, um dia, foi amor.

Como véspera de adeus
Ficará tua ilusão.
Se aprenderes a sofrer,
Saberás o que senti.

Tudo é mais do que um adeus
É bem mais que solidão.
Tua imagem já não vejo
Dentro do meu coração.

Resta a grande cicatriz,
Réstia de luz que se apaga...
Indiferença e ausência
Que não dói – já não é chaga!

Passado que se espedaça
E se perde em sombras vagas.
Foste vida, hoje és lembrança:
Ferida cicatriz.

NA ESTÂNCIA DO SOSSEGO

Título
NA ESTÂNCIA DO SOSSEGO
Compositores
LETRA
GUILHERME COLLARES
MÚSICA
LISANDRO AMARAL
CRISTIAN CAMARGO
Intérpretes
LUIZ MARENCO
CÉSAR OLIVEIRA
Ritmo

CD/LP
19ª GAUDERIADA DA CANÇÃO NATIVA
Festival
19ª GAUDERIADA DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
MELHOR TEMA CAMPEIRO

NA ESTÂNCIA DO SOSSEGO
(Guilherme Collares, Lisandro Amaral, Cristian Camargo)

"Diz o Lalinho pro Olavo na cozinha:
- Toca a tropilha do potreiro do açude
E grita o Lúcio pro Beto, lá na mangueira:
Levamo os poncho, facilita o tempo mude"

Um galo corta o silêncio da madrugada
A lua nova vem mangueando a escuridão
A cavalhada chega quieta, e na mangueira
Vapor de lombo se mistura à cerração

Levo a cabresto este meu baio cabos negros
Um companheiro de trabalho e de anarquia
Groseio os cascos, amolecidos de sereno
Enquanto a D'alva reponta a barras do dia

O negro Olavo sai falando nas mimosa
Tapeando a cara de um mouro bruto de freio
E grita o Beto pra baia marca virada:
- Afrouxa o lombo, que o mango te parte ao meio

É no rodeio do Sinuelo que eu sou gente
Abro meu baio pro lado oposto da trança
Um touro berra laçado da meia cara
Garreia o bruto, tio Lalo, que ele se amansa

No fim do dia, de volta a hora do mate
De causo e risos que um campeiro não se entrega
Sem nos dar conta resgatamos nossa essência
Enquanto a lua vai nascendo atrás das pedras

Estância velha, Sossego, Rincão das Palmas
És rumo e norte, aonde encontro guarita
Herança bruta timbrada a casco de potro
Lida gaúcha que da força à nossas vidas.


Rosal

Rosal
(Guilherme Collares, Edilberto Bérgamo)

Nasce a flor branca de outubro
No rosal de uma tapera
Hóstia adornando de insenso
O templo do que já era

Flor benfazeja de ausência
Triste flor da primavera
Florindo a dor dos silêncios
Como em ressábios de espera

Contando em branca ternura
Da flor que por lá viveu
Que vicejou pura e bela
E de tristeza, morreu

Perdida de amor e angústia
Por quem não soube o seu mal
E renasce em primavera
Na branca flor de um rosal

E abre ao sol de um poente
Aromando toda a dor
Que, ao redor, se faz presente
Por quem sente seu amor

Como estrela mensageira
Que alumbra e que desfaz
Deixa pétalas de vida
Por cada gota de sal

E perece em primavera
Na branca flor de um rosal


Intérprete: Joca Martins

Recuerdo

Recuerdo
(Edilberto Bérgamo, Guilherme Collares)

Recuerdo sabe do tempo do meu sombrero ladeado
E do trotesito largo procurando teu amor
Recuerdo sabe do tempo do meu ponchito listrado
Voando na polvadeira de um corredor

Recuerdo adoça esta vida que amarga se fez ausência
De um passado que é distância gemendo em guitarra a dor
Recuerdo me traz de volta todo sabor da querência
Perdido na polvadeira de um corredor

Recuerdo guarda a saudade de um tempo que hoje é ausência
E troteia na distância de uma vida que passou
Recuerdo procura a volta pra quem perdeu a querência
Na curva de algum caminho e não voltou

Recuerdo sabe do tempo de um rodeio bem parado
Onde o respeito trançado volteava os refugador
Recuerdo sabe de um tempo das cruz de um baio encerado
Num trotesito ladeado pra minha flor

Recuerdo adoce esta vida que amarga se fez ausência
De um passado que é distância gemendo em guitarrador
Recuerdo me traz de volta todo sabor da querência
Perdido na polvadeira de um corredor

Recuerdo guarda a saudade de um tempo que hoje é ausência
E troteia na distância de uma vida que passou
Recuerdo procura a volta pra quem perdeu a querência
Na curva de algum caminho e não voltou


De Estância e Saudade

De Estância e Saudade
(Guilherme Collares, Zulmar Benitez)

Senti um nó na garganta
Quando saí da querência...
Tantas memórias recuerdos,
Que a alma velha acalanta,
E passam despercebidos!
Só se fazendo presentes
Quando a saudade maleva,
No peito sente a distância...

Acácia velha da estância,
Do adeus da m’ia partida,
Esperançava um retorno
Com flores amareladas,
No galpão dos meus arreios
Pelas guascas engraxadas,
Domavam potrada alçada
No lombo dos meus anseios.

Quando mirei as esporas,
Estrelas largas de sonhos
Pelas formas das rosetas,
Senti que a vida aragana
Também rodava dispersa
Como os destinos emersos.
Nas tristezas das partidas
E alegrias dos regressos!

Cada pedra do terreiro
Relembrava qualquer coisa
De algum passado remoto.
Num recuerdo caborteiro!
E a alma velha da estância
Gritava, em todos os lados,
Em contrapontos calados
Aos berros das minhas ânsias.

Da tropilha do destino,
Embuçalei a saudade
Que já vinha laço a fora
Na mangueira da m’ia alma.
Não tive sorte na doma!
E hoje, é potro caborteiro
Que, corcoveia no peito
Quando um recuerdo retoma...



De Estância e Saudade by guascaletras