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No Trancão De Uma Vanera

No Trancão De Uma Vanera
(Dionísio Costa)

Sou meio à tôa, criado assim tipo bicho
E tô querendo um cambicho, pra me ajudar ser feliz
Tenho de tudo, mesmo sendo muito moço
Mas por ser um índio grosso, nenhuma aínda me quis
Da tal beleza, eu sou bem desprevenido
Não sou exibido, e caminho ao trotezito
Mas quando ronca uma cordeona fandangueira
No trancão de uma vanera, não tem ninguém mais bonito

Tóca vanera, gaiteiro pode 'tocá'
Que eu vim aqui pra 'dançá', no trancão a noite inteira
Tóca que eu danço, ninguém pediu pra 'pará'
Que eu vou pra lá e pra cá, no trancão de uma vanera

Quando o conjunto, no coreto se 'aperfila'
O chinedo já faz fila, pra poder bailar comigo
Mas se o assunto, for namoro ninguém vem
Dizem que até danço bem, mas só me querem pra amigo
Eu levo a vida, à berro, mango e pataço
E o tempo é  escasso, pra poder viver farreando
Mas se a pinguancha, for dessas bem 'dançadeira'
No trancão de uma vanera, eu me esgualepo dançando

Sacudindo a Crina

Sacudindo a Crina
(Dionísio Costa)

Na hospitalidade de um rancho sem luxo
É onde um Gaúcho é bem mais feliz
Curtido no tempo, à poeira e fumaça
É um templo da raça, no sul do país
Ali o Rio Grande no sangue rebróta
Cadenciando as notas que vem da vanera
A cordeona arteira fazendo folia
Reponta alegria pela sala inteira

O taura se solta sacudindo a crína
E o cheiro da china no ar sarandeia
O xucrismo guapo na gaita se acampa
E a alma do pampa no surungo apeia

Quando a cordeona, sagrado instrumento
Faz um chamamento pra bailar de novo
A alma do pampa ali se retrata
Bailando resgata a grandeza de um povo
São essas noitadas de amor à querência
Pela convivência de seres iguais
Que afirmam pra o mundo o nosso civismo
E que o gauchísmo não morre jamais