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A DANÇA DOS TRIGAIS

 

TÍTULO

A DANÇA DOS TRIGAIS

COMPOSITORES

LETRA

BETO BARROS

MÚSICA

SÉRGIO ROJAS

INTÉRPRETE

ERACI ROCHA

RITMO

MILONGA

CD/LP

1ª MOENDA DA CANÇÃO

FESTIVAL

1ª MOENDA DA CANÇÃO

MÚSICOS

SÉRGIO ROJAS: VIOLÃO E VOZ

ADAIR PERES: VIOLÃO

CAO CARADA: VIOLÃO

ADALBERTO R. FILHO: BAIXO

CHICÃO DORNELLES: PERCUSSÃO

 PREMIAÇÃO

1º LUGAR

MELHOR ARRANJO


A DANÇA DOS TRIGAIS

(Beto Barros, Sérgio Rojas)

 

Aninhando a vida no seio do rancho

O plantador dá descanso aos músculos

Na constância dos dias esfolando as mãos

Pelo patrão, se repete em crepúsculos

 

Virando noites, lavouras e campos

Com pirilampos clareando ventos

Do norte vindos, sonhos infindos

Jaziam regados de lua e relento

 

O trigo dança a música das safras

À luz da retina de quem o plantou

Que embalando quimeras de agrárias esperas

Ficou nas restevas, nada lhe restou

 

Mas ainda riscamos a terra esperança

Velamos o tempo e vazamos suor

Vemos a vida ir e vir se esvaindo

Vestindo as mãos de calos e dor

 

Nunca esmoreçamos por semear ideais

Cada vez mais fortes, amadurecidos

Pois um dia faremos verter da verga

A sorte e o amanhã para os nossos filhos

 

O trigo dança a música das safras

À luz da retina de quem o plantou

Que embalando quimeras de agrárias esperas

Ficou nas restevas, nada lhe restou

 

Nas Varandas


Nas Varandas
(Eron Rodrigues, Luiz Carlos Ranoff)

Quero sentar nas varandas das casas grandes de outrora,
Quero sorver a demora nessas prosas mais antigas
Quero ouvir as cantigas nas soleiras das janelas
E açucenas amarelas perfumando mãos amigas.

Quero enxergar jasmineiros enfeitando as fachadas,
Donzelas enamoradas à espera de um amor,
Quero sentir o sabor das iguarias de forno
E o sopro de um vento morno mesclando cheiro de flor.

Quero voltar para mim e amansar as minhas ânsias,
Quero abrandar as distâncias nesses conflitos de esperas;
Para povoar taperas que habitam meus confins,
Pra florescer os jardins do meu sonho primavera!

Quero passear nas calçadas repartindo o mesmo sonho,
Nesse semblante risonho de crianças em correrias,
O revoar das cotovias a procura de abrigos,
Cultivar os bons amigos dando razão aos meus dias.

Quero embalar utopias nas cadeiras de balanço,
Quero ter um gesto manso do viver interiorano,
Quero ser um soberano no lugar onde me achego
Onde reina o aconchego entre seres mais humanos.


Intérprete: Eraci Rocha, Juliana Spanevello


Estiagem


Estiagem
(Severino Moreira, Zulmar Benitez)

“Pra quem é de campo, ver o gado lambendo o barro e um campeiro desgalhando o mato para que não morra e fome.
Dói na alma. Não é o sul que nossos olhos acostumaram”.

Ao ver a pampa estendida
Até onde a vista alcança
Torreira triste descansa
Sem pressa de ir embora
Miséria gastando esporas
No pastiçal já gateado
Remoendo a fome meu gado
Aponta os ossos pra fora.

A sanga perdeu as forças
Que nem na ladeira anda
E o Patrão Velho não manda
O Vento Norte que falo
Lamber o pasto já ralo
Que só a chuva renova
Vai a Cheia e vem a Nova
Sem nenhum “rabo de galo”

O açude rachou a taipa
Numa soleira bagual
No fundo um lodaçal
Minguando a cada dia
- Quem sabe venha de cria
A negritude do poente
Que alumia a alma da gente
Quando o tempo velho estia

Mirando a quincha do pampa
No rumo do meu “Patrão”
Na mudez de uma oração
Que nunca aprendi a fazer...
Até me custa entender
Esse flagelo do gado
Se a mim sobram pecados
A tropa não deve ter.

Dança Dos Trigais


Dança Dos Trigais
(Beto Barros, Sérgio Rojas)

Aninhando a vida no seio do rancho
O plantador dá descanso aos músculos;
Na constância dos dias, esfolando as mãos,
Pelo patrão se repete em crepúsculos.

Virando noites, lavouras e campos,
Com pirilampos clareando ventos,
Do norte vindo, sonhos infindos,
Jaziam regados de lua e relento.

O trigo dança a música das safras
À luz da retina de quem o plantou
Que embalando quimeras de agrárias esperas
Ficou nas restevas, nada lhe restou.

Mais ainda riscamos a terra esperança,
Velamos o tempo e vazamos suor,
Vemos a vida ir e vir se esvaindo,
Vestindo as mãos de calo e de dor.

Não esmoreçamos por semear ideais
Cada vez mais fortes, amadurecidos,
Pois um dia faremos verter da verga
A sorte e o amanhã para nossos filhos.

Vaga Para O Vento

Vaga Para O Vento
(Oacy Rosenhaim, Hermeto Silva, Beto Castelarim)

Vê bem esse vento gelado que passa
Que sopra fumaça e verga o tarumã

Que é puro selvagem
E marca passagem
Cortando até alma
Nas frias manhãs

Escuta essa voz e reflete contigo
Nesse canto antigo de falas divinas
Que corta as coxilhas
Embala as flexilhas
E assusta até o flete agarrando suas crinas

De onde virá?
Qual será seu destino?
Gaudério e teatino
Sem rumo e sem trilha
Trará na memória
Por rastro de história
As patas do tempo pingaço que encilha

O que terá visto?
O que irá presenciar?
No seu galopar por planuras e montes
Trará em sua mala esvoaços de pala
Ou negras mortalhas de trás do horizonte
Ouviste esse grito tão velho e sofrido
Se ora aguerrido ora triste profundo

Nas vezes sem conta que nuvens reponta
Rever o padrinho pros duelos do mundo

O vento Minuano é que inspiro esta vaga
Que varre essas quadras

Nas frias manhãs
Que é puro selvagem
Que marca passagem
Soprando a fumaça a vergar tarumã

Coração Açoriano

Coração Açoriano
(Airton Costa, Alvandy Rodrigues, Marco Araújo)

Sonhando terras aráveis
Chegaram de além mar
Passageiros da esperança
A procura de um lugar

Eram casais açorianos
Que iriam para as Missões
Tão logo o rei expulsasse
O Sepé das Reduções

Entre Laguna e Rio Grande
Na costa sul-brasileira
Aportavam imigrantes
Buscando novas fronteiras

Fundaram o Povo Novo
Porto Alegre onde nasci
Depois foram a Viamão
Santo Antônio e Taquari

Histórias sonhos e planos
Dos Açores coração
Certezas e desenganos
Nessa terra de coração açoriano