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Entre Baguais

Entre Baguais
(Severino Moreira, Rui Pedro Schimtz)

 “O campeiro e o cavalo são eternos inimigos, até que um deles se dobre”.

Só largo o bagual pro campo
Depois de arrocinado
É mais um condenado
A andar por onde vou,
Pois cavalo e domador
Nasceram como inimigos
E só se tornaram amigos,
No dia que um se dobrou.

Levanto de manhã cedo,
Dando de mão nas esporas,
Arrasto as garras pra fora,
A um flete de primeira encilha.
Se a cincha vai para as virilhas,
Deixo que arqueie o lombo
Pois só nunca levou tombo
Quem não conhece tropilha.

De guacho não me boleio
Desafio é que me enfeza,
Eu nunca precisei de reza
Pra arrocinar um potrilho,
Na espora deixo rosilho,
Mas mostro quem pode mais.
Sou bagual entre os baguais,
Se caio não peço auxilio.

Comigo esgarranchado
O ventana se vê em apuros,
Pois na briga entre baguais,
Ganha o de queixo mais duro.

Que me importa se um corcovo
Me aparta um pouco do chão
Eu firmo a rédea na mão
Esporeando da marca ao toso
E se o guapo é baldoso
Mais me agrada o combate
Doma tem sabor de mate
Amargo, quente e gostoso.