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ESTOURO DE TROPA

 

TÍTULO

ESTOURO DE TROPA

COMPOSITORES

LETRA

ELTON SALDANHA

MÚSICA

LUIZ CLÁUDIO

INTÉRPRETE

GRUPO FOGO DE CHÃO

RITMO

CHAMAMÉ

CD/LP

TCHAU AMOR
A MARCA DO SUL VOL. 7
15 ANOS GRUPO FOGO DE CHÃO

FESTIVAL

 

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 


ESTOURO DE TROPA
(Elton Saldanha, Luiz Cláudio)

Nem desrondamos a tropa, paramos com a comitiva
Por causa da forte chuva lá no pouso dos biriva
A guasca só de corisco no breu na noite de fundo
Debuiava o céu de pedra, parecia o fim do mundo

Bateu o tição contra um raio, abriu um berreiro na tropa
O poncho velho encharcado, a água corre na copa
Desencilhei o bagual na soga do maneador
Repechando o temporal na ponta do corredor

Toca essa tropa, toca essa tropa
Vamos chegar sem faltar nenhum
Toca essa tropa, toca essa tropa
Essa lida não é pra qualquer um

Parceiro me passa um gol
Parceiro me passa um gol
Hoje de poncho moiado,
Amanhã poeira e sol

Num redemunho de pata, de vento trovão e frio
Na volta da madrugada a tropa se foi ao rio
Não se foi um leão baio, um guará, um graxaim
Era um estouro de guerra lavrando mato e capim

No aconchego do pelego eu sonhava com a china
Acordei debacho d’água, o pingo atirando as crina
Juntei terneiro no pulso junto ao loro do estribo
A tropa é meu ganha pão e o boi tem que chegar vivo



Botando Co’as Duas Mãos

Botando Co’as Duas Mãos
(João Sampaio, Quide Grande, Elton Saldanha)

Fui fazer uma gineteada dessas de saltar cavaco
Um burro pior que o diabo, eu apertei bem no sovaco
Meteu as patas na cara e “quaje” caiu num buraco
Cruzou por baixo da cerca, rasgando tudo meus caco

Pois já no primeiro pulo que deu aquele pagão
Se foi o basto pra anca e eu fiquei só no xergão
Enxergava um par de espora se entortando no garrão
Cada corcóvio que dava tirava lasca do chão

Berrava se manotendo, sempre querendo virar
O tal burro criou asas, andava solto no ar

E eu gritei segura o burro,
Segura o burro, segura o burro
Porque eu não tenho seguro,
Porque eu não tenho seguro

E eu gritei segura o burro,
Segura o burro, segura o burro
O destino de um domador
É bonito mas é duro

Eu gineteava este maula quebrando os queixo a tirão
Virava o cabo do mango, botando co’as duas mãos
Se dava a volta por cima que eu chegava ver meu fim
Parecia um redemoinho que vinha atando capim

Cravou o focinho na terra igual touro num cupim
E umas nove ou dez cambota virou por cima de mim
Já surrei bicho veiáco de corcoviá o dia inteiro
De esparramá a tarecama e voltar só c’o baixeiro


Um Pala

Um Pala
(Artemes Barbosa Escobar, Elton Saldanha)

Acenava com o pala
Dum rubro como estas penas
E eu em vão fiz novena
Rezando pra ele voltar

Aquele pala tecia
Chorando noites a fio
Pois não podia segui-lo
Para guardá-lo do frio

Tingi o pala de vermelho
No fogo da minha paixão
Pra que guardasse seu corpo
Do frio da solidão

Aquele pala era o sol
No horizonte sumindo
Enquanto o pala não vem
A minha vida vai indo

Aquele pala levou
O sol da minha primavera
Aquele pala é meus olhos
Vermelhos de tanta espera

Aquele pala era o sol
No horizonte sumindo
Enquanto o pala não vem
A minha vida vai indo


Bandeira do Rio Grande


Bandeira do Rio Grande
(Elton Saldanha, Anomar Danúbio Vieira)

Como quem reza pra um santo
Na devoção campo afora
Apresilho a minha coragem
Com a correia das espora
São Pedro que guarde os louco
Por que hoje eu meto uma tora
Faltam dez prá daqui a pouco
E o baile começa agora

Veiaca que esconde o toso
Batendo garra comigo
Mostro a marca da querência
Que eu sou do Rio Grande antigo
Eu não refugo bolada
Porque eu gosto do perigo
Tu vai entrar nesse baile
Porque eu vou dançar contigo

Meio bicho, meio gente
É minha alma e é meu sangue
Eu hoje vou me tapá
Com a bandeira do Rio Grande

Nasci nas covas de touro
Templado a fogo e a frio
Criado a trevo e babosa
E acostumado a Mil- mil
De fronteiro um verso potro
Do tipo meio arredio
Sou eu, o pingo e o cusco
Pode anunciá o nosso trio

Campeando a toca dos “zóio”
Sacudo meu doze braças
Que tem um guizo na argola
Quando a gente faz chalaça
Quando cerra nos "cabido"
De algum brazino fumaça
Livro as orelhas e me estrivo
Na tradição da minha raça

Meio bicho, meio gente
É minha alma e é meu sangue
Eu hoje vou me tapá
Com a bandeira do Rio Grande

Tem que ser doce de boca
O pingo pros meus arreio
Que venha pedindo rédea
Mascando o coscós do freio
Ligeiro na lida bruta
E faceiro num pacholeio
Valente e solto de pata
Pra apartar boi nos rodeio

Numa pendenga a cavalo
Morro queimando cartucho
Tirar zebu do banhado
Pra mim é um troço de luxo
Bem no garrão do Brasil
Vou aguentando o repuxo
Com a bandeira do Rio Grande
Bem no estilo gaúcho

Meio bicho, meio gente
É minha alma e é meu sangue
Eu hoje vou me tapá
Com a bandeira do Rio Grande


Se Preparando


Se Preparando
(João Sampaio, Elton Saldanha, Walther Morais)

Encilhei um pingo bueno mais ligeiro do que um raio
Irmão daquele tordilho famoso do João Sampaio
Dei um golpe na guaiaca num tirão a queima bucha
E fui lá no Miguel Flor comprar uma pilcha gaúcha

Um par de botas de capincho e a faixa que a negra fez
Um chapéu marca mangueira e uma bombacha xadrez
Um borrachão de cachaça da aspa de um boi franqueiro
Com quinze litros de canha pra convidar os parceiros

E aí morena que é que achou das minhas encilhas
E aí morena que é que achou das minhas encilhas
Eu estou me preparando pra Semana Farroupilha

Um par de chilena antiga mordedera de virilha
E um paierão de três palmos perfumado a figueirilha
Fiz um preparo de doze uma badana e um reio
E pra enfeitar o paisandú um pelegão dos vermeios

Um laço de Santo Antônio feitio do Juca pachola
Vou atar o cacho no pingo e botar ele a bater cola
Morena não leve a mal essa minha estampa gaúcha
Se te agradar do bagual vou te levar na garupa

Rodeio da Vida

Rodeio Da Vida
(Elton Saldanha, Antônio Augusto Ferreira)

Domando potros alheios gastei a vida
Nos meus arreios clareava o dia
Ficaram tantas saudades da rebeldia
De um potro abanando as crinas na ventania

Se trago as pernas cambota destes cavalos
Caminho igual um marinheiro fora do barco
E sinto muita alegria de haver domado
Fazendo fama nos fletes em todo o pago

Pouco me importa la suerte se o tempo é feio
Se é vida ou morte na sorte monto sem freio
Até minha sombra se assusta e hoje não veio
Qualquer cavalo é cavalo quando chego num rodeio

Então se larga pra mim larga, larga pra mim
Larga, larga pra mim larga, larga pra mim
Os cavalos do Rio Grande vão saber porque que eu vim

De Deus vem o meu destino é o dom do braço
Andar afagando potros para domá-los
Montado sou um centauro homem-cavalo
Se eu ando a pé te juro falta um pedaço
Não refuguei caborteiros para meus bastos
Por mim que arranque ligeiro se é desconfiado
Pior são esses bulidos mal começados
Com ódio e medo nos olhos por aporreados

A Primeira Vez

A Primeira Vez
(Elton Saldanha)

A primeira vez que eu vi você meu grande amor
Não quis acreditar e mesmo assim aconteceu
A primeira vez que eu vi você
O vento pela rua assobiava o chamamé

A primeira vez que eu vi você
Senti no seu olhar a luz do entardecer
Aprendi sonhar antes de adormecer
E a vida foi chegando de uma vez

E o amor se fez
Quem me dera ter você mais uma vez
E o amor se fez
Essas coisas só acontecem uma vez
Pois quando o amor se vai
A gente não esquece mais

Nasce nos olhos, vem num suspiro
Um bem-me-quer se desfolhou
Vai batendo coração
Porque encontrei meu grande amor

Marquei o dia, marquei a hora
No calendário que o amor fez
A estação da paixão
A minha primeira vez


Bailanta do Tio Flor


Bailanta do Tio Flor
(Elton Saldanha)

Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor
Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor

Miro no espelho lá na cacimba
Firmo o cabelo na brilhantina
Vou me benzer na água benta da cantina

Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor
Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor

Bombacha nova par de botas de pelica
Tomo uma pura só pra ver como é que fica
Sou cantador de flor que não se achica

Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor
Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor

Ouço de longe um sapucai
São os taipeiros das barrancas do Uruguai
E a gaita velha num faz que vai mas não vai

Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor
Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor

De relancina maneia um olhar fujão
E desempenha na polca de relação
Quero prosear com a filha do patrão

Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor
Vamos embora ver onde chora o cantor
O pó levanta na bailanta do Tio Flor

Maninha


Maninha
(Carlos Omar Villela Gomes, Paulinho Bracht)

Maninha enfeitou o cabelo com uma flor tão bonita,
Maninha ajeitou o vestido, Vestido velho de chita.
Maninha sorriu pra vida com sua boneca de pano,
E seguiu “enterdesida” os passos largos do mano

Lá vai o mano faceiro rumo ao “bolicho” do João.
Conseguiu algum dinheiro traz maninha pela mão.
Olhar de orgulho altaneiro, pois é seu próprio patrão.
Vendeu moranga na feira, juntou as latas do chão.

Maninha tão pequenina, olha encantada o irmão.
Não há mais dor e pobreza se o mano pega sua mão.
Maninha não sente medo, ninguém pode lhe tocar.
E o canivete do mano desenha chispas no ar.

Dos pais não lembra maninha.
A mãe a muito partiu, deixando fome e saudade
No rancho a beira do rio.
O pai morreu de desgosto.
Tanta tristeza no olhar, naquela tarde de agosto
Os dois irmãos e chorar.

Alma cheia de confiança, maninha volta pra casa
Trazendo amor e esperança, qual um anjinho sem asa.
O mano alisa suas transas, passa manteiga no pão,
Depois as duas crianças se ajoelham numa oração.

Quadros Campeiros Do País Dos Gaúchos

Quadros Campeiros Do País Dos Gaúchos
(João Sampaio, Erlon Péricles, Elton Saldanha)

O sol rubro no horizonte
Vai se sumindo ao tranquito,
Parece um fogo alumiando
Os repechos do infinito.
No ermo da costa do mato
O vento assobia e corta,
E um taura atira uma flor
Na cruz da lembrança morta.

A lua num pala branco
Lá nos manguerões do céu,
E um João grande triste acena
Um branco adeus a lo léu...
Um paisano solitário
Vai chiflando em tom profundo,
E milongueando recuerdo
Nas noites ermas do mundo.

Ali... Onde o vento uiva...
Pedindo que alguém decifre,
Um touro escarvando terra
Levanta a pátria nos chifres...
E eu cantando milongas
No chão mais gaucho que existe!

Ecoa distante o canto
De um galo madrugador,
Um campeiro faz a ronda
Com a tropa no corredor.
Uma carreta toldada
Tempo adentro rechinando,
Um causo a beira do fogo
De quem se patriou peleando.

Um contrabando na noite
Antes que clareie o dia,
Um cusco agarra um tatu
E uma ovelha lambe a cria.
Um grilo vai canturiando,
Um relincho dum aporreado,
Um parelheiro na soga
E um cantante apaixonado!

Deixada Só

Deixada Só
(Tadeu Martins, Elton Saldanha, Carlos da Silva)

Situada aos olhos doces de quem cruza
Perdida no enô de campo triste e linda
Entre o capão e o varzedo que raleia
Sempre ventando o arvoredo que verdeia

Tapera, sozinha
Tapera, sozinha

Uivos de vida nos mourões cravados
Com paradouros mansos que a ventania vem socorrer
Cada rajado santa fé esmiúça e a timbaúva escaramuça
Soluça, soluça, entardecer

Deixada só
Deixada, nos beirões do pampa
Adentrando a cerca nos bambugais

Tapera nova
Arvoredo velho
No lar da gente
Não mora mais

Polca De Relação

Polca De Relação  
(Elton Saldanha)

Num fandango de campanha
Entre canha e cantoria
Na roda o povo se assanha
Para os versos de porfia

Canta um verso, cantador
Canta um verso
Canta um verso de amor

Não namoro teus cabelos
Nem o brinco das “oreia”
Namoro teu lindo “zóio”
Debaixo da “sobranceia”

No trejeito da cordeona
As “siá donas” temporonas
No compasso das choronas
Procurando um folgazão

As miradas de queixumes
Jogos desfiando perfumes
Pescada de vagalumes
Braseiros no coração

Eu te miro, tu me bombeia
Só neste chove não “móia”
Se tu não quer adoçar minha vida
O mel de “abeia”
Então por que que tu me “óia”?

Com manhas de rodilhudos
Um xirú “carca” o garrão
Corta a marca aposta tudo
E se perde nas relação

Quando eu canto
Eu me “alembro”
Da estância dos “ocalitro”
Não bebo leite de cabra
Só de nojo do cabrito

Canta um verso cantador
Canta um verso
Quem sabe encontramos um par

Canta um verso cantador
Canta um verso
Vale a pena cantar

Castelhana

Castelhana
(Rui Biriva, Elton Salddanha)

Eu hoje me vou pra fronteira
Pois queira ou não queira,
Vou ver meu amor
Esperei toda a semana
Prá ver a Castelhana,
Minha linda flor
Tá frio na minha cidade
A bem da verdade, está frio demais.

Ao sul do meu coração
Quero tempo bom
Só voce me traz.

Larga tudo e vem comigo
Vamos encarar o perigo
Larga tudo e vem comigo
Vamos encarar o perigo.

Castelhana se voce me ama, me ama, me ama
Me diz
Castelhana se voce me ama, me ama, me ama
A gente pode ser feliz.

Eu hoje me vou prá fronteira
Pois queira ou não queira
Vou ver meu amor
Esperei toda a semana
Prá ver a Castelhana
Minha linda flor
Tá frio na minha cidade
A bem da verdade, está frio demais.

Ao sul do meu coração
Quero tempo bom
Só voce me traz
Ao sul do meu coração
Quero tempo bom
Só voce me traz.

Larga tudo e vem comigo
Vamos encarar o perigo
Larga tudo e vem comigo
Vamos encarar o perigo.

Castelhana se voce me ama, me ama, me ama
Me diz
Castelhana se voce me ama, me ama, me ama
A gente pode ser feliz.

A gente pode ser feliz
A gente pode ser feliz
A gente pode ser feliz.

Eu Sou Do Sul

Eu Sou Do Sul
(Elton Saldanha)

Eu sou do sul, sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul, sou do sul
A minha terra tem um céu azul, céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Nascido entre a poesia e o arado
A gente lida com o gado e cuida da plantação
A minha gente que veio da guerra
Cuida dessa terra
Como quem cuida do coração

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Você, que não conhece meu estado
Está convidado a ser feliz neste lugar
A serra te dá o vinho
O litoral te dá carinho
E o Guaíba te dá um pôr do sol lá na capital

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

A fronteira, los hermanos
É prenda cavalo e canha
Viver lá na campanha é bom demais
Que o santo missioneiro
Te acompanhe companheiro
Se puder vem lavar a alma no rio Uruguai

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul

Os Cardeais

Os Cardeais
(Elton Saldanha)

Não chora menina, não chora
porque foram-se os cardeais
se cantavam na prisão
campo afora cantam mais.

Tanta gente que anda vagando
sem saber onde pousar
mas as aves só voando
é que podem se encontrar

Você ainda não sabe
o que cabe nessa paz
quando a gente abre as asas
nunca mais, nunca mais

Era tão triste menina
não tinha aceno este cais
na despedida eram dois
depois, depois serão mais

A gaiola abriu as asas
porque até a prisão se trai
e o campo se fez casa
para ocanto dos cardeais

Tinham as asas de punhais
e levavam os olhos em brasa
é por isso que estes pássaros
sempre fogem e voltam pra casa.


Mais uma enviada por Liane