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EM TI

 

TÍTULO

EM TI

COMPOSITORES

LETRA

DIEGO MULLER

MÚSICA

PIERO ERENO

INTÉRPRETE

JEAN KIRCHOFF

RITMO

CHAMAMÉ

CD/LP

11º CANTO DE LUZ

FESTIVAL

11º CANTO DE LUZ

MÚSICOS

EMERSON MARTINS – VOCAL E VIOLÃO

NILTON JUNIOR – TECLADO

GUSTAVO BRODINHO – CONTRABAIXO

ARISON MARTINS – BATERIA

SAMUCA DO ACORDEON - ACORDEON

PREMIAÇÃO

3º LUGAR

MELHOR INTÉRPRETE - JEAN KIRCHOFF

 EM TI

(Diego Muller, Piero Ereno)

Olhei em ti – primavera – alva flor nos vendavais:
Algo de raiz estanque, recaindo a um nunca mais!...
Sorrisos de encantar cenas, luzeiros em cada olhar,
Mirada que prendeu os sonhos que não querem regressar!

Segui em ti – calmaria – rio manso que escorre ao léu...
Alma de encontrar guarida, cabelos da cor do mel!...
Quimeras redesenhadas nos rumos de uma poesia,
Rancho novo (quincha e barro) pros meus abrigos de “um dia”!

Sonhei em ti – tempestades – vento e mormaços na pele;
Calor me aquecendo os rumos, por mais que o tempo enregele!
Algo de buçal trançado sobre os descasos de um potro...
Um abraço que espelhado busca os braços de um outro!

Busquei em ti – corredores – ganhar o mundo por conta...
Descobrir entre as quimeras o que a tua voz não conta!...
Cerca que envolve meus passos, mas direciona meu prumo
Um tanto de sombra mansa... aguada... e, de novo, rumo!

Vivi em ti – temporário – cativo de um sonho eterno;
Enquanto duraram os giros do mundo que almejei terno...
E assim meu amor constante vencendo o tempo insistente,
Renovou destino e estrada: em ti quis morar pra sempre!



ENTRE EL RIO Y EL ARENAL

Título
ENTRE EL RIO Y EL ARENAL
Compositores
LETRA
JOÃO SAMPAIO
MÚSICA
DIEGO GOULART MULLER
ERLON PERICLES
Intérprete
SHANA MULLER
Ritmo
CHAMARRITA
CD/LP
4ª ALDEIA DA MÚSICA DO MERCOSUL
Festival
4ª ALDEIA DA MÚSICA DO MERCOSUL
Declamador

Amadrinhador

Premiações


ENTRE EL RIO Y EL ARENAL
(João Sampaio, Diego Müller, Erlon Péricles)

El sol fuerte como un fuego
Arriba del naranjal
Y mi vida de paisano
Entre el rio y el arenal
Llevo un rio en mi sangre roja
Que tiempo adentro se vá
Mariscando canciones viejas
Que tengo en mi pecho avá

Soy patrón del horizonte
Resero de agua y cielo
Canto un canto cimarrón
Que aprendi con mis avuelos
Vivo lindo en mi ranchito
Yo y Diós cerca del rio
Alzando en la noche um canto
Aromado de rocio
Rio y vida, rancho y catre
Sol ardiente y naranjal
Mi sueño cayó del alma
Entre el rio y el arenal

Tengo un viejo m’baracá
Y una linda verdulera
Donde saco chamamés
Y alguna polka campera
Cuando la noche me embruja
Con perfumes de irupê
Toco algo de otros tiempos
Cantando en aváñe’é.


Na Paz do Campo

Na Paz do Campo
(Severino Moreira, Paulo Ricardo Costa, Diego Muller, Sergio Rosa)

Quem olhar pr’o campo num final de tarde,
Guarda os silêncios de sombras compridas,
Enxerga as almas no ermo das taperas...
Desses que foram, e voltam “pra vida”!

No branco das nuvens imagens flutuam,
Molduram retratos nos olhos que veem...
E o vento morno que baila guanxumas,
Parece que traz o sussurro de alguém!

A paz do campo povoa sonhos...
Traduz mistérios, da noite estrelada...
Olhares perdidos... Coisas taperas...
A alma degusta o “sabor do nada”!

No escuro da noite a paz se confunde
Com olhos de campo, mirando o interior...
“Solito” mateio, consumindo as horas,
Sedento de auroras, tão seco de amor!

São tantas as vidas que o tempo levou,
Fazendo “apartes”... Que não apartaram...
Tapearam chapéu, acenaram lenços...
Mas no fundo d´alma sempre ficaram!

Então me pergunto, se o tanto que vejo,
De fato parecem tão claros assim?...
– Será que escuto os cochichos da noite,
Ou é uma saudade mentindo pra mim?

Intérprete: Francisco Oliveira


Queromana Mariquita


Queromana Mariquita
(Diego Müller, Eron Carvalho, Leonardo Borges, Filipe Corso, Rafael Ferreira)

Queromana – Mariquita – te traigo junto do peito,
Com lembranças de tuas "rédia”... que me deixaram sujeito!...
– Feito um “romance” antigo: daqueles que a gente conta,
E quedam presos no tempo... que inté o tempo perde à conta!

Atei o bocal no queixo do meu pingo, Zaino – estrela –
Pra “curá o trote” na estrada, tendo a desculpa de vê-la!...
Mas teu ranchito enfeitado, na beira do corredor,
Mostrou, nas portas fechadas, um semblante em desamor!...

Mariquita – pequenita – porquê estás fazendo assim?...
– Às vezes olha em meus olhos... noutras desvias de mim!...
Qualquer dia esbarro o zaino junto aos teus sonhos de prenda...
...E conto a minha intenção, querendo que me compreenda!

Queromana – Mariquita – sonhei contigo, é verdade:
Queria vencer as distâncias no corredor da saudade!...
Quem dera ser o teu par nalgum baile de “enramada”,
E num verso recitado... te convidar: – Namorada!

Sonho um dia – este tempo! – unindo nossos destinos...
E com um templo de leivas deixar de ser um teatino!...
Até imagino – faceiro – tu com um mate na mão,
Esperando que eu desencilhe bem no portal do galpão!

Mariquita – pequenita – esperando por teu sim,
Mandei bordar num lençinho um raminho de alecrim!...
...Pra te dar – como em regalo – selando o meu sentimento,
Depois que meu coração tu colgar junto a teus tentos!!!


Intérprete: Raineri Spohr



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*Queromana Mariquita: Tema dos antigos, como um romance, recolhido e divulgado por Paixão Côrtes. Muitas quadrinhas e estórias da Queromana Mariquita (ou Queromaninha Mariquita, ou só Mariquita) se perderam com o tempo.
*Romance: Modo como os antigos chamavas poemas contando estórias folclóricas, ou décimas, ou Romances. Ex.: Décima do potro baio – romance do potro baio – Romance do potro baio.
*Curá o trote: Desenvolver e firmar o trote do bagual.
*Bagual: Animal equino em estágio de doma, também chamado de redomão.
*Colgar: atar, juntar, enlaçar.

Chamarrona De Campanha

Chamarrona De Campanha
(Getulio Silva, Diego Goulart Muller, Walther Morais)

Chamarrona de campanha
Floriada a dedo de taita
Numa empoeirada gaita
Comprada lá nas carreiras
Dita as noites missioneiras
Neste galpão macanudo
Onde se encontra de tudo
Destes lados da fronteira

Eu que me criei campeiro
Conheço o galo que canta
E o mais florão das percantas
Nos bailes de chão batido
Pois me vejo comovido
Quando o instinto me apura
A floria lotes de jura
Cochichando ao pé do ouvido

Chorominga a botoneira
Todo mundo sarandeia
O candieiro balanceia
No tranco da chamarrona
Minha guecha redomona
La embaixo da figueira
Relincha a noite inteira
Pra os bufido da cordeona

Escarvando o chão da sala
Vou de um jeito mal costiado
Num romance abagualado
Aonde a chinoca esbarra
Que um ponteio de guitarra
Dita o embalo da dança
Se mi’alma xucra balança
Num compassão de chamarra

E sei que um baile de candieiro
É um bagual intretimento
Pra um índio cento por cento
Se embalar na chamarrona
Nos braço d’uma temporona
Nas bailantas missioneiras
E bailar noites inteiras
Inté encharcar a carona

Pé De Moleque

Pé De Moleque
(Miguel Tejera, Diego Goulart Muller)

Tive somente dois pares de sapatos
A vida inteira, minha vida inteira...
Minha vida inteirinha...
Um pra pé pequeno, pé de moleque
Outro pra pé grande, pé de pião

Pé pequeno passo largo, caminho seguro
Pé grande passo torto, caranchão
Pé com defeito, torto sem jeito
Pé com canela, ré tropicão

Que cor linda teriam os sapatos
Se boiassem, em rio colorido
Espuma de sabão...
Cor de caminho rubro de vinho
Água que leva...
Correnteza...
Por la orilla del rio, viene cayendo el mundo
Tierra, piedra, sangre y madera

Troquei de sapatos, pé n água, beira de rio
Boiando atados, um com furo, outro não
Um par na beira descansa, gasto de andanças
Um novo me serve, este já não

Estrada comprida, caminho pra casa
Calo dos outros, do meu o dedão
Sapato que fica pra água se atira
Pé de moleque, moleque fujão...

Intérprete: Marcelo Delacroix