(José
Atanásio Borges Pinto, Walther Morais)
Amigos peco
licença para trancar minha rima
E daqui, de
serra acima cantar versos de aporfia
Pra falar na
valentia de gaúchos e cavalos
Pois me dá
gosto lembra-los no rodeio em vacaria
No rodeio em
vacaria onde a história se repete
Aporreados e
ginetes peleiam com altivez
Em um
ventito quando em vez faz arrepiar a restinga
Deixando no
ar a mandinga e a alma de trinta e tres
A alma da
trinta e três do rasga-diabo ou do bozo
Deve andar baixando
o tozo no meio da gauchada
E cada
venta-rasgada égua chucra, potro maula
Me faz
lembrar os "de Paula" numa linda gineteada
Numa linda
gineteada como o vigil já fazia
Igualzito o
João Maria o ginetaço lageano
E os de
"Allá", os castelhanos Don Luiz rosa, Don Danilo
Cada qual
com seu estilo bem no jeitão campechano
Bem no
jeitão campechano o Graciliano Medeiros
Esporeava
caborteiros desde a paleta até o focinho
E o Aníbal
Silva, Borginho, Ari nunes e outros tantos
Desafiavam
quebrantos do "vovô" do passarinho
Do
"vovô" do passarinho e das luas aporreadas
A lua cheia
e a prateada com a mandraca lá em cima
As duas
diabas divinas que a gineteada temia
E quase
sempre saia voando por sobre as crinas
Voando por
sobre as crinas e antecipando o bailado:
Milonga,
xote-solado última valsa, rancheira
Meia noite
ou noite inteira a corcovear pelo mundo
Sem parar um
só segundo pra sapatear a vanera
Pra sapatear
a vanera e pra escutar o relincho
Do tobiano
capincho corcoveando meia-hora
E depois sai
campo a fora pra visita a namorada
Com a lobuna
prateada troteando abaixo de espora!
Venham
todos! Venham todos! A lenha já está queimando
A carne
gorda pingando e um mate bueno cevado
Pela cancha
um aporreado a espera de um domador
Gaita,
violão e cantor e prendas por todo lado
De Gaúchos e Cavalos - Walther Morais by guascaletras