Dança Dos Trigais
(Beto
Barros, Sérgio Rojas)
Aninhando
a vida no seio do rancho
O
plantador dá descanso aos músculos;
Na
constância dos dias, esfolando as mãos,
Pelo
patrão se repete em crepúsculos.
Virando
noites, lavouras e campos,
Com
pirilampos clareando ventos,
Do
norte vindo, sonhos infindos,
Jaziam
regados de lua e relento.
O
trigo dança a música das safras
À
luz da retina de quem o plantou
Que
embalando quimeras de agrárias esperas
Ficou
nas restevas, nada lhe restou.
Mais
ainda riscamos a terra esperança,
Velamos
o tempo e vazamos suor,
Vemos
a vida ir e vir se esvaindo,
Vestindo
as mãos de calo e de dor.
Não
esmoreçamos por semear ideais
Cada
vez mais fortes, amadurecidos,
Pois
um dia faremos verter da verga
A
sorte e o amanhã para nossos filhos.