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Mostrando postagens com marcador Cristiano Quevedo. Mostrar todas as postagens
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UM MATE NOVO

Título
UM MATE NOVO
Compositores
LETRA
CHRISTIAN DAVESAC
MÚSICA
CRISTIANO QUEVEDO
Intérprete
CRISTIANO QUEVEDO
Ritmo

CD/LP
UM MATE NOVO
Festival

Declamador

Amadrinhador

Premiações




UM MATE NOVO
(Christian Davesac / Cristiano Quevedo)

Manhã de inverno, fogo acesso e uma cambona
Sorvendo apojo remoçando a calmaria
Sei dos meus dias, dos silêncio e amargos
E ainda guardo teu calor na noite fria

Jeito de campo olhos negros estendidos
Que ainda a pouco se entregavam num olhar
Mas quando cegam descortinam todo medo
E hora perdidos são privados de sonhar

Então as cismas que acordaram hoje cedo
Com flor e incenso despovoaram meus resábios
Guardaram jujos pra depois num mate novo
Lavar a erva na candura dos teus lábios

Lavar a erva na candura dos teus lábios

Manhã de inverno, fogo acesso e uma cambona


BEM NA PORTEIRA

Título
BEM NA PORTEIRA
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
SABANI FELIPE DE SOUZA
Intérprete
CRISTIANO QUEVEDO
Ritmo
CANÇÃO 
CD/LP
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Festival
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR
MÚSICA MAIS POPULAR

BEM NA PORTEIRA
(Gujo Teixeira, Sabani Felipe de Souza)


Circunstânciais os limites pra quem vive num moirão
Num rancho de terra bruta a um metro e tanto do chão
Um casal de João de Barro com paciência, bico e asa
Escolheu bem na porteira pra erguer o sonho da casa

O barro depois da chuva bastou pra toda morada
Mangueira de terra boa sovada com a cavalhada
O tempo fez dias claros e a construção foi parelha
Duas semanas e o rancho foi do alicerce pras telhas

O macho levava cantos pro timbre do alambrado
Na partitura da cerca, anunciava os bem chegados
Toda manhã de setembro um canto novo acordava
Quando a fêmea emplumada, por sobre o rancho cantava

Porta pro lado do sol, meter a cara em porfia
E um canto de passarinho chamando as barras do dia
Porque a vida tem sentidos, onde a razão não se cansa
De renascer todo o dia, aonde existe esperança

Mas foi bem junto com a chuva que uma tropa de cruzada
Se apertou bem na porteira querendo pegar a estrada
E o moirão num trompaço perdeu o entono e a razão
E derrubou o ranchinho de terra e o ninho pro chão

E a tropa cruzou por diante sem repara o que fez
Casco e pisada quebraram dois sonhos de uma só vez
E o barreiro repousado no outro moirão da porteira
Parecia que buscava ao longe sua companheira

Custou, mas cantou de novo, de asas e bico aberto
Quando o casal se encontrou num cinamomo ali perto
Pra erguer um novo rancho no mesmo ciclo de espera
Longe do cruzo das tropas, na próxima primavera.


Quando A Tropa Está Estourada

Quando A Tropa Está Estourada
(Ramiro Amorim, Erlon Péricles)

Mormaceira, tarde quente, no céu um corvo agourento ,
Campo quieto, nenhum vento, a tropa vinha abombando,
“Eu de cá” não achei graça quando se armou pro Sul,
Enegreceu o céu azul e a manga veio estourando.

Nisso o lote da ponta enveredou no aramado,
O seu Marcos assustado correu o facão nos fios,
Dois ficaram a cuidar da tropa no corredor...
“Eu de cá” fui de fiador, costeando a margem do rio.

Disse o Nelson, há bem pouco, ter visto formiga de asa,
Tacuru que abriu a casa sabendo que vinha água,
“Eu de cá” pensei que era uma chuva de verão,
Não uma tormenta osca de deitar as crinas no chão!

"Oito campeiro e três cusco" a repontar esses bois,
Bem certo eram vinte e dois, no total cento e quarenta,
Duas horas de tormenta, cachorro, estalo de relho,
Um boi pampa bem parelho caiu sangrando na venta.

Trovão, ventania e raio de enxergar o pago inteiro
A água pelos bueiros arrebentava os gargalos.
Lembro tudo o que falo, pois pouco adiantou a cuscada,
Quando a tropa está estourada precisa mesmo é cavalo.

Têm coisas que a gente pensa e mesmo com experiência
Pelas lidas da querência, patacoadas e atropelos ,
Perde o fio do novelo, fica a cismar onde errou,
O primeiro que desgarrou era manso e era sinuelo.

A chuva se foi num upa, o temporal ganhou mundo,
Olhares quietos, profundos, nos semblantes encharcados,
Alinhamos todo o gado e nenhum chego no rio,
Perdemos só o que caiu no lançante pro banhado.

Intérpretes: Ângelo Franco, Cristiano Quevedo


Guri Do Campo

Guri Do Campo
(Juarez Machado de Farias, Diego Espíndola)

Aprimorei o faro nas esquinas
Entrei na dissonância dos mendigos
Na praça conversei com muito velhos
E andei nos seus caminhos percorridos

Eu fui guri do campo na cidade
Com a mesma liberdade das distâncias
Apenas o meu verso é demudou
De doce se amargou, chorou infância

No mais eu não mudei
Ainda canto milongas no violão, que é mais um vício
E busco na janela a inspiração
Falando de um galpão neste edifício

Eu quero manter vivo o que sorri
No tempo que eu nem vinha na cidade
E agora, que ironia, eu sou saudade
Querendo achar o tempo que perdi

Eu fui guri do campo na cidade
Com a mesma liberdade das distâncias
Apenas o meu verso é demudou
De doce se amargou, chorou infância

No mais eu não mudei
Ainda canto milongas no violão, que é mais um vício
E busco na janela a inspiração
Falando de um galpão neste edifício


Intérprete: Cristiano Quevedo


A Pedra

A Pedra
(Severino Moreira, Zulmar Benitez)

“Um dia foi o bem e o mal.
Hoje é o flagelo de uma nação.
Nosso país está envelhecido,
Por que a juventude se consome pelo vicio”.

Da terra vem o começo
Na pedra se resume o final,
Pois na terra ressurge vida
E a pedra planta o funeral.

Da pedra surgiu a lança,
Que arrematou numa cruz,
É quem acende a cobiça,
Quando destapa e reluz.

Riscada foi “pai de fogo”,
Moldada se fez boleadeira,
Foi dor de escomungados,
“Mundanas” e feiticeiras,

Nos pés é fio que castiga,
Por vezes cala bem fundo,
Na cabeça mutila sonhos,
E a dor espalha no mundo.

Trás a sede que não sacia,
Deixa tudo em reviravolta,
Transitar “o caminho da pedra”,
É trilhar caminho sem volta.

É seixo na caricia das águas,
E gelo ao despencar do céu,
Na doutrina dos “Sete Povos”,
Foi o batismo dos “incréus”.

Na coxilha é monumento
Trincheira numa canhada,
No galpão “assenta o fio”,
Pra “gravata colorada”.

Assim se define “Pedra”,
Uma palavra universal,
Traduz miséria e luxo,
Todo o bem e todo o mal.

A Luz de um Olhar


A Luz de um Olhar
(Cristiano Quevedo)

Olha, eu preciso te dizer tanto
Te botar todo quebranto que tu possa receber
Olha, por que tanta insegurança
Não sou mais uma criança gritando pra aparecer

Olha, a vida nos deu uma chance
Ser feliz a todo instante se doar se permitir
Olha, teu sorriso me condena
O teu beijo me envenena
E o amor renasce em mim

A luz de um olhar
Me faz ser teu te merecer
E nos meus braços te querer
Pra junto a ti me realizar

Assim como o sol é a luz do teu olhar
Dentro de mim vem despertar
Um jeito ainda minha linda
Poder dizer o quanto eu amo te amar

Madrugadas Gavionas


Madrugadas Gavionas
(Jairo Lambari Fernandes, Cristiano Quevedo)

Mirei a última estrela, quando já clareava o dia
Entre gaitas poesia e guitarreiros da fronteira
Ou de minha alma guerreira, retornara à querência
Pra beber a própria essência da velha pátria campeira

Ah, meu Rio Grande crioulo, de guitarras e cordeonas
Canto tropas e potreadas nas madrugadas gavionas

Mirei a última estrela, emponchado de telurismo
Ouvi a voz do atavismo da pátria mãe que nos chama
Pra neste fim de semana, reverenciar a cultura
Num manancial que emoldura a casta xucra haragana

Por certo vou continuar, a mirar a última estrela
Esta luz guia sinuela de tropeiros e andantes
E quem é que nos garante que este astro fogoneiro
Não é um fogão fronteiro, dos que já foram antes

Campeira

Campeira
(Érlon Péricles)

Campeira, a trança do meu doze braças
Que eu mesmo trancei.
Campeira, uma recorrida do fundo de campo
Num pingo de lei.
Campeira, a espora roseta prateada
Firmando o garrão!
Campeira, a indiada gaúcha de campo e mangueira
Que agüenta o tirão!

Campeira lida de campo,
Desperta ao cantar do galo...
Vamo atracando o cavalo,
De rédea firme na mão!

Campeira lida de campo,
Costume aqui do meu pago.
Campeira é a alma que eu trago,
Ao desencilhar no galpão!

Campeira, a velha cambona
Encostada nas brasas do fogo de chão.
Campeira, minha botonera
Que vai se espichando e amadrinha o violão!
Campeira,a graxa que pinga
Do quarto de ovelha no pé do tição
Campeira, saudade que trago
Daquela morena que é flor do rincão!

Intérprete: Cristiano Quevedo

Contraponto

Contraponto
(Paulo de Freitas Mendonça, Fabiano Bacchieri , Cristiano Quevedo)

Esse meu jeito de alçar a perna
De mirar ao longe o horizonte largo
É o contraponto de beber auroras
Quando cevo a alma pra sorver o amargo

Esse silêncio que me traz distância
Que me agranda o canto entre campo e céu
É o contraponto de acender o fogo
Meço um metro e pouco da espora ao chapéu

Essa coragem de pelear de adaga
De ser um gigante pela liberdade
É o contraponto de ajuntar terneiros,
De acenar aos velhos e ter humildade

Essa audácia de buscar o novo
Sem pisar no rastro ou reacender as brasas
É o contraponto de ter prenda e filhos
E ficar tordilho ao redor das casas.

Orgulhos De Um Povo

Orgulhos De Um Povo
(Silvio Genro, Duca Duarte)

Eu sinto orgulho desse sotaque sulino...
De um povo que canta o Hino
Com respeito e devoção!
Dessa Bandeira, amado pano sagrado...
Do mapa do nosso Estado
Em forma de coração!

Eu tenho orgulho das nossas rodas de Mate
E na paz que se reparte
Nesse gesto de oferenda!
Da cor alegre de um Brinco-de-Princesa,
Flor que enfeita com beleza
As tranças das nossas prendas!

Eu sinto orgulho
Do entono dos centauros
No trono dos seus Cavalos,
Preservando Tradições!
Eu tenho orgulho
Dessa Alma Farroupilha,
Chama Crioula que brilha
No sacrário dos Galpões!

Eu sinto orgulho desse meu sangue Farrapo...
Brasão de Armas dos guapos,
Que nos trás tanta emoção!
Dessa heróica bravura dos Quero-queros,
Feito caudilhos austeros
Defendendo nosso chão!

Eu tenho orgulho dum churrasquito nas brasas...
Cordeona pedindo vasa
E a gauchada contente!
Eu sinto orgulho dessa fé que se revela
Num simples chá de Macela
Curando os males da gente!

Eu sinto orgulho
Do entono dos centauros
No trono dos seus Cavalos,
Preservando Tradições!
Eu tenho orgulho
Dessa Alma Farroupilha,
Chama Crioula que brilha
No sacrário dos Galpões!

Velório do Juca Torto

Velório do Juca Torto
(Anomar Danúbio Vieira)

Fui no velório do querido Juca Torto
Eu era íntimo do morto
Pero mucho mas da viúva
Babava água pesos de terra e trovão
Entrei de chapéu na mão
E poncho encharcado da chuva

Tomei um trago de canha meio sem jeito
É que tenho esse defeito de gostar de coisa triste
E quem resiste a um vélório com cachaça,
com rapadura, bolacha e umas véia pra dizer um xiste

Varei a sala arrastando as nazarenas
Corri os olhos da morena
Chorando embaixo de um véu
Tinha um gaitero vaqueano das horas brabas
Que floreava uma pianada pedindo as bençãos pra o céu

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Eu tinha um lenço bordado com as inicial
E ofereci mui cordial tapado de sentimento
Não te preocupa que os amigos são pra isso
Fica aqui meu compromisso te amparar neste momento

Vendo a quietude que negaciava ambiente
Fui pra o lado de um parente falando que era preciso
Me deem licença que eu conheci o finado
Sei que ia querer o coitado
Que eu cantasse de improviso

Sentido eu faço este verso
Em respeito ao falecido
Que era muito meu amigo
Desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui
Pra te dizer por inteiro
Pode ir te embora parceiro
Que a viúva eu cuido pra ti
 
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura