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FIRMANDO O TUTANO

Título
FIRMANDO O TUTANO
Compositores
Gilberto (Giba) Trindade
Nirion Machado
Cristiano Fantinel
Intérpretes
Adair de Freitas
Cristiano Fantinel
Ritmo
Chamarra
CD/LP
                      23ª Tertúlia Musical Nativista
Festival
                      23ª Tertúlia Musical Nativista
Declamador

Amadrinhador


Firmando o Tutano
(GibaTrindade, Nirion Mchado, Cristiano Fantinel)

Acende o fogo, ceva o mate, meu parceiro,
Que esse costume é condição de gente amiga,
Proseada buena, mirando o dia acordar,
Enquanto a vida, enfeita o pampa de cantigas.

Encilha o pingo, é madrugada, companheiro,
Acerta o tino, que tem campo pra cuidar,
O tempo é escasso e lá pros lados castelhanos,
Tem armação e este aguaceiro vem pra cá.

Vamos de mano, ao coração desta fronteira,
Cumprindo a sorte de lutar nos mesmos pastos,
Firma o tutano, neste oficio de campeiro,
Deixe que a terra dê razão aos nossos rastros.
 
Encara a tarde, o sol que arde, companheiro
Ritual de campo onde o fronteiro se retrata,
Segue a labuta, com alma aberta dos que sabem,
Ver o valor de um bom amigo antes da “plata”.

Fim da jornada, a vida é bruta, meu parceiro,
Passa esse amargo e escuta a noite se encantar,
Outra proseada, pra exaltar lidas renhidas,
Por que amanhã tem campo e sonho pra cuidar.

Trindade

Trindade
(Gilberto Trindade, Nirion Machado)

O velho é molde ancestral que vem de boa semente,
Cruzou um tempo inclemente de rédeas firmes na mão,
Fez pátria e revolução charlando um pampa dialeto,
E ensinou filhos e netos semear amor no seu chão.

O outro é de um tempo novo e traz figura mais branda,
Mas no olhar a mesma gana de quem cumpriu a missão,
Por ser templado em galpão na velha forja do pampa,
Carrega o campo na estampa e os sonhos no coração.

O moço é mescla dos dois pisando nos mesmos rastros,
Com a coronilha dos braços vai estampando no chão,
A sangue, suor e paixão e uns arroubos de vaidades,
O armorial desta Trindade que faz do campo a razão.

O Filho, o Pai e o Avô, três tentos de um mesmo laço,
Cerzidos no mesmo abraço que a mão da vida trançou,
Sem galardões de doutor, mas honras de resistências,
Vão semeando na querência seus sonhos de paz e amor.

Os três conservam rituais, tisnados no breu dos anos,
A poeira, chuva e minuanos, para legar aos demais,
Pois sabem que a alma se vai e a matéria vira pó,
Mas o que ensinam os avós, a qualquer tempo resiste,
Nesta Trindade que existe, na vida de todos nós!



Intérprete: Robledo Martins, Adair de Freitas, Cristiano Fantinel


O Poder Da Palavra

O Poder Da Palavra
(Dilamar Costenaro, Gilberto Trindade, Xuxu Nunes)

No princípio era o verbo, e o verbo era com Deus,
Que à Sua semelhança, fez o homem, filho Seu.
A história ganhou começo, da palavra proferida,
E a voz tornou-se oração na fé que alicerça a vida.

Quando o silêncio se rompe esse dom se profetiza...
Balizando o bem e o mal, com igual peso e medida,
O tempo que nunca mente sabe medir a opinião,
E aos poucos vai demonstrando ser o senhor da razão.

Cada dito tem seu preço, na equação da sentença,
Embora cada consciência saiba aquilo que fala...
Ninguém cobre com o pala mentira e falsidade!
Pois no íntimo a verdade tem voz e jamais se cala!

O homem refaz caminhos e retempera sua conduta,
E a vida ensina silente, que aprende mais quem escuta.
Pois o silêncio é a razão que se cala à sua vontade,
Sem precisar falar nada sempre revela a verdade.

O sentido da palavra mede o valor que ela tem,
Falando quando é preciso, e ouvindo quando convém.
A fala em sua essência pede coerência e calma,
Pra virtude de quem ouve alimentar sua alma.


Cruzando A Vida

Cruzando A Vida
(Gilberto Trindade, Cristiano Fantinel)

Vivo o meu tempo risonho
Entre o viço das lembranças
Que os ancestrais campeadores
Me legaram como herança
Pra ir cruzando esta vida
De a cavalo na esperança

Não sigo rasto dos outros
Quem faz meu rumo sou eu
E deste jeito passo adiante
Tudo o que o mundo me deu
Porque na vida só ensina
Quem nela muito aprendeu

Se a visão dos horizonte
É um convite pra andejar
As raízes na querência
São minhas razões pra voltar
Pois essa pampa é um regalo
Pra aquele que sabe olhar

De tanto enfrenar anseios
Trago a alma basteriada
E os sonhos de piá já gastos
Pela rudez das jornadas
Buscando sorte e carinhos
Para enfeitar minha estrada

E assim vou cruzando a vida
E a vida cruza por mim
Botando espinhos nas trilhas
E flores no meu jardim
Pra que eu saiba a diferença
Entre o que é bom e ruim