Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Chuva De Verão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Chuva De Verão. Mostrar todas as postagens

Chuva De Verão

Chuva De Verão
(Edilberto Teixeira, Juliano Moreno)

Fechou o tempo e, de repente,
Veio uma chuva temporona
E o vento, assoprando quente,
Tapou de cinza e cambona.

Foram os cerros se tapando
Sumindo com um pala branco,
Longe o céu trovejando
E a chuva lavando o campo.

A imprevista molhaceira,
Com um cheiro de coisa morta,
Chorou logo nas goteiras
E entrou de baixo da porta.

Tapada com o chuvisqueiro
A natureza está rindo,
‘’A chuva é como o dinheiro’’
Que lá do céu vai caindo.

Os pingos d’água, fininhos,
Parecem os olhos de um gato
Tremelicando os copinhos
Nas lagoinhas do pátio.

Pra botar o peito n’água
O peão se tapa com a xerga,
Cuidando as pontas de adaga
De um raio cortando a cerca.

Mermando os pingos na calha,
O peão adianta o serviço
E apara uns maços de palha
Pra negociar no bolicho.

Depois que a chuva se abranda
Se transformando em garoa,
Espera o sol na varanda
Com um chimarrão de erva boa.

E o sol retorna com essa
Campeira observação:
A vida passa de pressa
Como uma chuva de verão.