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A DANÇA DAS MÃOS

Título
A DANÇA DAS MÃOS
Compositores
LETRA
MAURO MORAES
MÚSICA
CHICO SARATT
Intérprete
CHICO SARATT
GRUPO STATUS
Ritmo
BALADA
CD/LP
8ª CIRANDA TEUTO RIOGRANDENSE
Festival
8ª CIRANDA TEUTO RIOGRANDENSE
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR

A DANÇA DAS MÃOS
(Mauro Moraes, Chico Saratt)

Certas canções que por aí vagueiam
São como folhas soltas ao vento
Esporeando em nós a fibra d'alma
Erguendo mãos à solidão do tempo
Essas canções que tento escutar
Ao longe vão sem mim
Cevando penas, espalhando amores,
Misturando mágoas e suor no capim

Tudo o que enfeitiça a vida
Traz a sedução das mãos
Enlouquece o povo, abre cantoria
E ajuda a gente a separar o grão

Como é difícil sustentar nos olhos
A vastidão do campo, o veio do lar
Como é tamanho o pouco sonhado
Nesse caminho, nesse caminhar
Não tem na terra a dança das mãos
Lavrando tristezas, arando cidades
É vento ventena no cio
A assanhar amor e buliçar saudade

Tudo o que enfeitiça a vida
Traz a sedução das mãos
Enlouquece o povo, abre cantoria
E ajuda a gente a separar o grão


Gare


Gare
(Silvio Genro, Tuny Brum)

Solidão, gare vazia...
Saudade apita pra mim!
Lá na Avenida Rio Branco,
Minha viagem chega ao fim.

As velhas locomotivas
E vagões abandonados,
Parecem com trens fantasmas
Assombrando meu passado.

O mapa antigo dos trilhos,
Sonhos teimando em viajar...
E corações esperando
O trem que não vai chegar!

Lá na Avenida Rio Branco,
Saudade segue viagem...
As lembranças que carrego
Já não cabem na bagagem.

Nas vielas da Vila Belga
Corre um trem imaginário,
E em minhas veias escorre
Saga e sangue ferroviários!

Os trens, na velha estação,
Não chegam nem partem mais...
Lá na Avenida Rio Branco,
O tempo nos fez iguais.

O Conflito


O Conflito
(Rodrigo Bauer, Chico Saratt)

O homem busca nos livros a própria historia que faz
E sente enfim que está vivo pela saudade que trás
Procura os mesmos conselhos e pouco importa o preço
De tanto olhar no espelho já se conhece do avesso

E assim se perde aflito embora sempre no centro
Acende o próprio conflito que a alma sente por dentro
Por isso sempre reparte os rumos quando se solta
Pois a razão de quem parte não sobrevive na volta

O homem grita por terra semeia os sonhos que tem
Espera a vida que encerra e os frutos que dela vem
E a terra sofre e ressente a dor que o homem revela
Cobrindo o sono em silêncio de quem se mata por ela

O homem longe conhece a saudade de casa
Mas nela não reconhece-se e quer voar sem ter asas
E assim vagando e parado num rumo sempre infinito
O homem vai condenado em seu eterno conflito

O homem grita por terra semeia os sonhos que tem
Espera a vida que encerra e os frutos que dela vem
E a terra sofre e ressente a dor que o homem revela
Cobrindo o sono em silêncio de quem se mata por ela




Santas Avós


Santas Avós
(Juca Moraes, Chico Saratt)

As fortes mulheres de cabelos brancos
Que semeiam vidas no seu andejar
São falsas franzinas que trançaram tentos
E nos maus momentos vêm nos levantar

Já foram meninas de tranças compridas
Saias coloridas e sorriso em flor
Filhas carinhosas esposas amadas
Mães abençoadas fadas do amor

Rezaram terços perderam sono
Em noites de outono de largos serões
Cobriram de afeto os que despontaram
Na vida fluente briguentos chorões

E essas mulheres tão cheias de mundo
Tem sonhos fecundos em seus arrebóis
Ocultam magias no rosto e no peito
Merecem respeito são santas avós

O Homem Que Se Esqueceu De Deus

O Homem Que Se Esqueceu De Deus
(José Fernando Gonzales , Talo Pereyra)

Teu medo é o campo que já não floresce
É uma semente que já não germina
É uma vertente de que não se bebe
É o que se atreve a nos passar por cima

Meu medo é o medo do animal aflito
Quando a rapina lhe ameaça a cria
É um entrever de um verso em rima pobre
Comprometendo os rumos da poesia

Meu medo é a mata que foi derrubada
É uma criança que não foi parida
É a primavera que não tem mais sol
É um rio que corre sem levar a vida

Meu medo é o medo da figueira grande
Quando o machado lhe ameaça a queda
É um entrever de um tempo sem poesia
Pras melodias de quem não se entrega

Meu medo é o moço que já não escuta
É o que falece a geração dos meus
Meu medo é o medo dos que já não comem
Meu medo é o homem que esqueceu de Deus

Canção Do Noivo

Canção Do Noivo
(Vaine Darde, Sabani Felipe de Souza)

Cerração desceu do cerro vestiu de noiva a aurora
Eu tenho andado nublado desde quando foste embora
Casuarina despertou com violinos nupciais
Se eu não noivar contigo não me caso nunca mais
Fiz um mate apaixonado com cidró e hortelã
Vesti um poncho de nuvens e me perdi na manhã

Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão
Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão

Enfeitei a casa vaga com gerânios e camélias
E a névoa me trouxe véus das cortinas das janelas
Desfolhei rosas vermelhas que colhi por toda a parte
Ficou uma colcha de pétalas abandonada no catre
O dia desconsolado nublou o campo e a cidade
Desde quando me deixaste fiquei noivo da saudade

Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão
Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão