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CAMINHOS

 

TÍTULO

CAMINHOS

COMPOSITORES

LETRA

CENAIR MAICÁ

MÚSICA

CENAIR MAICÁ

INTÉRPRETE

CENAIR MAICÁ

RITMO

CANÇÃO GUARANY

CD/LP

CAMINHOS

FESTIVAL

MÚSICOS

 RECITADO

 

CAMINHOS

(Cenair Maicá) 

Pelos caminhos que me levam a meu povo
Quero chegar às torres de São Miguel
Olhar ao longe e beber nos horizontes
Cruzar os rio, campos e montes num tropel
Sentir nos ventos que sopraram em outros tempos
A história viva desta raça guarani
Traço de união simbolizando esta verdade
A mesma casa, o mesmo pão a dividir.
Traço de união simbolizando esta verdade
A mesma casa, o mesmo pão a dividir.

Que Deus me guie ao bravo povo de Sepé
E junto a olharmos para o céu com igualdade
E ver que o sangue derramado nesta luta
Regou na terra a semente da liberdade
Pois na memória de seus filhos vive ainda
Os mesmos caminhos que trilharam outros pés
Pelas noites, entre o brilho das estrelas
Reluz de guia o lunar do índio Sepé
Pelas noites, entre o brilho das estrelas
Reluz de guia o lunar de São Sepé

 

De Boca Em Boca

De Boca Em Boca
(José Atanásio Borges Pinto, Cenair Maicá, Chaloy Jara)

Andam falando por aí, de boca em boca
Que a nossa fibra e nossa garra esmoreceu
Que andam pisando em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

Nosso cobre na guaiaca anda minguado
Pela coxilha nuvem negra campereia
A pátria grande olha pra além do horizonte
E aqui nos pago a incerteza nos maneia

Andam falando por aí, de boca em boca
Que a nossa fibra e nossa garra esmoreceu
Que andam pisando em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

A nossa garra vem do tempo das patreadas
A nossa fibra é a semente do passado
E o destemor é porque nunca aqui nos pagos
Por estrangeiros nosso pala foi pisado

Andam falando por aí, de boca em boca
Que a nossa fibra e nossa garra esmoreceu
Que andam pisando em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

Meus irmãos, abram gaitas e gargantas
Numa canção que leve a fé por onde ande
E um canto livre há de elevar-se nas coxilhas
Mostrando a raça deste povo do rio grande

Deixe que eles falem por aí, de boca em boca
Pois a nossa fibra e nossa garra não morreu
E ninguém pisa em nosso pala
Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu

O sangue guapo dos heróis e dos valentes
Que ainda corre adormecida em nossas veias
Há de aquecer-se em novas rondas e vigílias
Nos dando força pra arrebentar as maneias

Deixem que eles falem por aí, de boca em boca
Pois a nossa fibra e nossa garra não morreu
E ninguém pisa em nosso pala
Quem consente é certamente, porque a fibra já perdeu

Galpão

Galpão
(João Máximo,José Hilário Retamozo)

Temperado de sol e minuano, desgastado por chuvas brutais
Foste berço de heróis veteranos que se foram pra não voltar mais
Primitivo galpão campesino, berço rude de meus ancestrais
Parador dos romeiros teatinos, destas almas que andejam demais.

Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.

Pouco importa saber quem apeia, donde vem e pra donde que vai
Se a cambona do mate esta cheia e o fogão é um convite que atrai
Porta aberta, calor, aconchego, chimarrão no fraterno ritual
Ventre pampa de couro e pelego, para os pagos do ponto cardeal.

Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.

Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.

Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.



Grande postagem Luis, gracias parceiro!!!

Bolicho

Bolicho
(Cenair Maicá, Gilberto Carvalho)

No balcão cheiro de risos de taboa velha riscada
Maço de palha e o fumo numa estopa remangada
Poeirada, muita cachaça e alguma rusga entaipada.

O rádio que se desmancha num tangaço de Gardel
Peça de chita floreada, renda, alpargata, pastel.
E um gato velho brasino que a cuscada dá quartel.

Bolicho beira-de-estrada, na solidão da campanha
Onde o índio solitário afoga mágoas na canha.
Morada dos cruzadores, onde o andejo sem rumo
Busca na canha e no fumo matar saudades de amores.

Lá fora tava que sobe, cá dentro trago que desce
A goela da oito baixos canta até o que não conhece
O truco bem orelhado desde segunda amanhece.

Ninguém passa sem chegar no bolicho beira-estrada
E o bolicheiro alarife tem a cara preparada,
Às vezes sua livreta cobra quem não comprou nada.

Bolicho beira-de-estrada, na solidão da campanha
Onde o índio solitário afoga mágoas na canha.
Morada dos cruzadores, onde o andejo sem rumo
Busca na canha e no fumo matar saudades de amores.


Enviada por Luis

Rancheira do Tio Bilia

Rancheira do Tio Bilia
(Cenair Maicá)

Nesta rancheira campeira, compasso repiqueteado
Com a morena faceira dança um gaúcho largado
E nesse embalo animado a noite fica pequena
No sarandear delicado do corpo desta morena

Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho

Assim é um baile de rancho no chão batido da sala
Na fraca luz do candieiro esta rancheira é que embala
E neste embalo animado a noite fica pequena
Dançando sempre agarrado no corpo desta morena

Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho

É neste baile gaúcho que a gaita do Tio Bilia
Roncava a boca da noite e chorava ao clarear do dia
E neste embalo gostoso a noite ficou pequena
Pelo olhar carinhoso e o calor da morena

Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho


Enviada por Luis

Canto dos Livres

Canto dos Livres
(Cenair Maicá)

Se meu destino é cantar, eu canto
Meu mundo é mais que chorar, não choro
A vida é mais do que pranto, é um sonho
Com matizes sonoros
Hay os que cantam desditas de amores
Por conveniência agradando os senhores
Mas os que vivem a cantar sem patrão
Tocam nas cordas do seu coração

Quem canta refresca a alma
Canntar adoça o viver
Assim eu vivo cantando
Prá aliviar meu padecer

Quisera um dia cantar com o povo
Um canto simples de amor e verdade
Que não falasse em misérias nem guerras
Nem precisasse clamar liberdade

Quisera um dia cantar com o povo
Um canto simples de amor e verdade
Que não falasse em misérias nem guerras
Nem precisasse clamar liberdade

No cantar de quem é livre
Hay melodias de paz
Horizontes de ternura
Nesta poesia de andar

Quisera ter a alegria dos pássaros
Na sinfonia do alvorecer
De cantar para anunciar quando vem chuva
E avisar que já vai anoitecer

E ao chegar a primavera com as flores,
Cantar um hino de paz e beleza
Longe da prisão dos homens, e da fome
Prá nunca cantar tristeza

No cantar de quem é livre
Hay melodias de paz
Horizontes de ternura
Nesta poesia de andar

Quem canta refresca a alma
Cantar adoça o viver
Assim eu vivo cantando
Prá aliviar meu padecer



Mais uma do Luis

Bochinchando

Bochinchando
(Amaury Beltrão de Castro, Cenair Maicá, Talo Pereyra)

Falado: (Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e englostoro bem as melenas
Encharco no trago as penas e na guaiaca dou um desfalque
E depois, e depois tiro o recalque nos braços de uma morena)

Rosilho bem encilhado, badana e pelego novo
E um bis na casca de ovo, ajoujado na guaiaca
Pra emparceirar uma faca, de fibra marca coqueiro
De peleguear bochincheiro e fazer touro virar vaca

Pro bochincho me boleio, estufado de confiança
Que esse xirú hoje dança com a mais linda do salão
E se a filha do patrão, se arreganhar pro meu lado
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão

(Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e me englostoro as melenas
Encharco no trago as penas, na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)

Mal se chega e é um abraço de tanta china bonita
Dessas que as ancas agita maliciando o pensamento
E eu me achico num momento, fico embevecido a vê-las
Diviso tropas de estrelas ponteando no firmamento

Vou preparar o meu laço e apartar uma pra mim
Sento a marca e digo sim e volto às lides de campeiro
No meu rancho de posteiro, um chimarrão e carinho
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro

(Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e englostoro as melenas
Encharco no trago as penas, na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)




Baile do Sapucay

Baile do Sapucay
(Cenair Maicá)

Neste compasso da gaita do sapucay
Se bailava a noite inteira lá na costa do Uruguai
Luz de candieiro e o cheiro da polvadeira
Hermanava castelhanos e brasileiros na fronteira.

Choram as primas no compasso do bordão
O guitarreiro canta toda a inspiração
E a cordeona num soluço retrechando
Marca o compasso do posteiro sapateando

Neste compasso da gaita do sapucay
Se arrastava alpargatas lá na costa do Uruguai
Chinas faceiras de um jeito provocador
Vão sarandeando, é um convite para o amor
levanta a poeira do sarandeio da china
Rescendendo a querosene com cheiro de brilhantina

Neste compasso da gaita do sapucay
Mandico se alegrava lá na costa do Uruguai
Até a guarda costeira se esqueceu do contrabando
E o sapucay chegava a tocar se babando
E a gaita velha da baba do sapucay
Chegou a apodrecer o fole neste faz que vai não vai

São duas pátrias festejando nesta dança
Repartindo a mesma herança, comungando a mesma rima
Disse o Sindinho que o Uruguai beija os nubentes
Une o casal continente, pai Brasil mãe Argentina
E disse o poeta que o lendário rio corrente
Une o casal continente, pai Brasil mãe Argentina.


Colaboração do amigo Luis