Catedral
(Lisandro
Amaral, Guilherme Collares)
Também
- de pedra - meu cantar não se termina
Caído
ao solo beijo a terra e escrevo a sina...
Terra
vermelha é minha cor no arrebol
Pois
tenho sol no sangue em paz que me ilumina.
Também,
de bronze, estou de joelhos catedral
No
pedestal que cala os sinos, faço prece...
Quem
não merece – a terra em si – terá perdão
Pois
gratidão a vida tem e nunca esquece!
Seguem
aqui ruinas índias e horizontes,
Bebendo
a fonte do silêncio natural...
Senti
teu cheiro, mãe divina, em berço livre
Hoje
o que eu tive foi tua benção Catedral.
Seguem
aqui, hoje emplumados Guaranys
No
bem-te-vi, no João Barreiro e entre os guardiões
Querendo
sempre querer mais o quero-quero
Sei
o que espero e busco, aqui, muitos perdões...
Também
de vento estou soprando - em ti - templário
No
pedestal que fala o tempo a crosta esquece,
Ouvindo
os prantos que derramam tua imagem
Achei
coragem e sou guardião com pena e em prece.