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Carta á Querência

Carta á Querência
(Mauro Raupp Martins, Xirú Antunes, Paulo Timm)

“Empessou já faz uns dias, de uma pomba de asa quebrada
E achei sua mirada tão parecida com a minha
Acontece com quem caminha e com quem voa também
Ave que céu não tem homem no lugar errado
Pássaro sem bater asas, homem desterrado”

Desde então eu amanheço e no espelho reconheço
Na minha cara espelhada a de meu pai em mim talhada
Minha mãe em meus olhos vejo e parece que me olhando
Sabe os motivos que ando com coração apertado
Por andar tão apartado das coisas que tanto amo

Tenho um olhar mal dormido de andar mateando comprido
Varando as madrugadas de quem já topou parada
E traz silêncios mais fundos sensação de fim de mundo
De quem perde a referência que eu não sei como se fala
E me ordena a arrumar a mala e partir rumo á querência

“É quando um vento levanta e já faz três dias que venta
Com uma voz agorenta me embrujando os ouvidos
Falando de eu já ter ido pra terra que anda em mim
Pro barro e pro capim, pedra moura e galpão
Pras cosas do velho chão, pitangueira e alecrin”

Assim no mais me despeço ajeito de novo um mate
Antes de mim este chasque á querência da figueira
Uma espécie de aviso a tudo que eu quero bem
Logo me vou daqui ao chão moreno que prezo
E já no mais me despeço da pena que vive em mim

Tenho um olhar mal dormido de andar mateando comprido
Varando as madrugadas de quem já topou parada
E traz silêncios mais fundos sensação de fim de mundo
De quem perde a referência que eu não sei como se fala
E me ordena a arrumar a mala e partir rumo á querência


Enviada por Lutiani Espelocin