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Campo Santo

Campo Santo
(Mauro Ferreira, Luiz Bastos)

Não, não digas nada
Que o silêncio é muito
Respeite a ausência de quem foi embora
Os caminhos no mundo de quem chora
Não tiveram o rumo que elegeram
Este é o lugar dos que adormeceram
Para uma noite imensa e sem aurora

São vazias as frases de consolo
A tristeza que aqui abre-se em véu
Faz baixarem-se as abas do chapéu
Para banhar um olhar de estrelas rasas
Esse é o lugar dos que bateram asas
Contaram nuvens e fizeram céu

Junto ao corpo sepulta-se a ilusão
Das sementes plantadas sobre as cruzes
Só tristezas e saudades brotarão
A terra que criou também desfaz
Na cruz cravada sob a dor dos vivos
O tempo que passou não volta atrás

Por isso visto negro e olho triste
Carregado das mágoas que confesso
Só o silêncio e mais nada é o que te peço
A morte ao levar uns maltrata os outros
Esse é o lugar dos que encilharam potros
E alçaram uma viagem sem regresso

Não, não digas nada
Que o silêncio é muito