Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Botando Um Pealo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Botando Um Pealo. Mostrar todas as postagens

Botando Um Pealo

Botando Um Pealo
(Luiz Marenco, Gujo Teixeira)

Um pampa-brazino mocho
Ganhou o mundo da porteira
Levantou terra por touro
E disparou na mangueira.
Eu ajeitava minha armada
Quatro rodilhas e um destino
Um doze braças, de oito
De couro de um boi salino.

Zuniu o vento no céu...
Bateram bombos na terra...
Era um encontro ao acaso
Era um combate de guerra.
Cruzou o pampa-brazino
Meu laço seguiu seu rastro
“Tava” com fome de um pealo
Pois foi lambendo o pasto.

O pampa juntou as mãos
Deu cara-volta e plantou-se
Estendeu umas dez braças
E depois acomodou-se.
Parece que foi rezar
Pra o seu santo protetor...
Mas o meu santo é mais forte
E ainda é pealador!

Pois quando boto um pealo
Meu tirador nem faz conta
Quadro o corpo e só escuto
O estouro na outra ponta.
Deixo assim, que se estenda
Depois que espiche meu laço
Que eu ainda me governo
Seja com jeito ou no braço.

Logo se vem o capataz
Com a peonada apertando
Firma a cabeça e coleia
Por que a marca vem queimando.
E a faca no serviço
Por bem afiada se guia
E deixa um risco de sangue
Coloreando na "viria".

Depois foi um e mais outro
Serviço de tarde inteira
Era um buraco no chão
Na saída da porteira.
Pra resumir essa história
Vou lhes contar como foi:
Quando caia era touro
Depois do pealo era boi...