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Mostrando postagens com marcador Armando Vasquez. Mostrar todas as postagens
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Canto de Ausência

Canto de Ausência
(Armando Vasquez, Carlos Madruga)

Se eu me for
O que será de nós?
Quem vai domar os potros?
Recorrer a invernada?
Quem vai servir meu mate?
Me amar na madrugada
Se eu me for
O que será de mim?
O que será de ti?
Se eu me fizer estrada

Sei que os rumos
Serão para mim resumos
De um derivar sem prumos
E léguas de ilusão
Se eu partir
Vou navegar sem porto
Pois a saudade é um cais no mar da solidão
Pois a saudade é um cais ... no mar da solidão

Quando ao longe gritar um quero-quero
Por certo lembrarás que ainda te quero bem
E da varanda tu olharás pra o campo
E me verás chegando mesmo sem ver ninguém

Se eu partir
Em despedida o vento
Na vós do cata-vento
Virá chora por nós
Se eu partir
O que será de ti?
O que será de mim?
Quando estivermos sós
O que será de mim?
Quando estivermos sós?

Quando ao longe gritar um quero-quero
Por certo lembrarás que ainda te quero bem
E da varanda tu olharás pra o campo
E me verás chegando mesmo sem ver ninguém

...se eu partir

Intérprete: César Passarinho

A Paz Está do Meu Lado

A Paz Está do Meu Lado
(Flávio Saldanha, Armando Vasquez, Diogo Matos)

Então aqui me apresento neste Rio Grande sem fim
Todos me chamam de campo sou de terra e de capim
Com veias de rios e sangas correndo dentro de mim

Minha paisagem de gado cuido com dom e preceito
A vida pulsa a meu lado faço o que tem que ser feito
Para dar paz e sustento Deus me criou desse jeito

Por isso não vens agora com tua má criação
Sujar meu sangue de barro fazendo devastação
Não quero mais cicatrizes de arado e mato tombado
Muda de idéia e de rumo que a paz esta do meu lado

Quero a paz farroupilha que silenciou no clarim
Para que o homem um dia venha encontrar o fim
Da desavença da terra peleando em cima de mim

Quero ser pão sobre a mesa de quem souber me cuidar
Porque o descaso do homem venha aos poucos me matar
Teimando em tirar de mim bem mais do que posso dar



Tropeiro Do Futuro

Tropeiro Do Futuro
(Armando Vasquez, Adão Quintana Vieira)

Piazito, olhes bem estas campanhas
Desta Querência, onde tocas boi por diante;
Tu que vais ser o amanhã rumo ao futuro,
Tens que saber o que te espera pela frente.

Põe tenência no que te digo, piá:
Cuida esta Pampa que o amanhã espera por ti;
Lembra que um dia eu deixarei de ser moço;
E tu também, vais deixar de ser guri.

Não te impressiones com discursos e bravatas,
Desses que zumbem como fazem as abelhas:
Vai ver os sorros misturados aos rebanhos,
Pelos caminhos, a berrar junto às ovelhas.

Quando tu fores o Tropeiro do Futuro
E pelas trilhas encontrar dificuldades,
Recorda sempre o que a querência te ensinou
E saberás te conduzir à liberdade.

Quando encontrares, nos atalhos desta Pampa,
Tropas vendidas, seduzidas por vinténs,
Lembra guri: nem que o mundo venha abaixo,
Jamais entregues a Querência pra ninguém.

As piores ervas são aquelas que não vemos,
Ervas daninhas que a qualquer tempo resistem;
Mesmo sem vê-las, toma cuidado guri,
São como o vento que não vês, mas ele existe.

Quando tu fores o Tropeiro do Futuro
E pelas trilhas encontrar dificuldades,
Recorda sempre o que a querência te ensinou
E saberás te conduzir à liberdade.


 
Tropeiro do Futuro - João Quintana Vieira e Grupo Parceria by Guascaletras

Faz de Conta

Faz de Conta
(Colmar Duarte, Armando Vasquez, Valdir Santana, João Chagas Leite )

Calça curta, pés descalços,
E pra defender meu pago,
Uma espada de alecrim,
Fui o leão do Caverá,
Fui feliz quando fui piá,
Tive um mundo só pra mim.

Eu fui herói, fui bandido,
Fui senhor das sesmarias,
Nestas minhas fantasias,
Tive muitos inimigos,
E o cardeal das laranjeiras,
Me avisava dos perigos.

À cavalo Honório Lemes,
Pegue as "arma" e te prepara.
Que aí vem Flores da Cunha
No seu flete de taquara.

Tempos de doces lembranças
Que o faz de conta criou
Mundéus de crinas trançadas
Forcas que o vento balança,
Para os tempos de crianças
Que o próprio tempo ariscou.

Homens de um tempo sem medo,
Para exemplo nos brinquedos,
Que a vida deixou passar.
E o piá de estância de agora,
Já não tem a quem copiar.



Enviada por Liane