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Mostrando postagens com marcador Antônio Gringo e Os Quatro Ventos. Mostrar todas as postagens
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Luas De Esperas

Luas De Esperas
(Helena Fontana, Sérgio Rosa)

Quantas luas de espera
Pela terra prometida
Ali à beira da estrada
Não vinga sonho nem nada
Não vinga nem mesmo a vida

Acampados, deserdados
Mãos de enxada, pés no chão
O tempo ali não tem pressa
E os senhores das promessas
Não ouvem a voz da razão

Sem-terra junto da terra
Sem terra, sem serventia
A reforma é coisa séria
E essa gente na miséria
Julgada à revelia

Os barracos vestem luto
Nuvens negras junto ao campo
Parceiras do coração
Dos lavradores sem chão
Só espera e desencanto

E a terra generosa
Anseia ser repartida
Que é triste ver esses homens
Criando os filhos da fome
Na incerteza de suas vidas

Sem-terra junto da terra...



LUAS DE ESPERA - Antônio Gringo e Os 4 Ventos Letra Helena Fontana Música Sérgio Rosa by Helena Fontana 1

Ao Cantor

Ao Cantor
(Helena Fontana, Sérgio Rosa)

Canta cantor...
Espanta o silêncio que ronda em nós
A voz é clarim é laço é adaga
E fere e afaga é princípio e fim

Quem canta seus males espanta
Quem chora seus males adora
Canta esse canto que sofrena o pranto
E desata sorrisos
Canta cantor
Cantar, cantar  é preciso

Canta o negro, o medo
Quem cala consente
O canto sem tempo
Se vai céu à fora
Nas asas do vento

Canta a esperança, a criança
O solo a semente
O sonho ventura
A uva madura
O cálice, o vinho
A  rosa o espinho

Quem canta seus males espanta
Quem chora seus males adora
Canta esse canto que sofrena o pranto
E desata sorrisos
Canta cantor
Canta, cantar é preciso

Canta o fraco, o forte
A vida e a morte
O amor já disperso
A paz e a guerra
A terra o sem-terra
O avesso do verso

Quem canta......



AO CANTOR - Antonio Gringo Letra Helena Fontana Música Sérgio Rosa by Helena Fontana 1

Cativeiros


Cativeiros
(Antônio Gringo)

Ouvi um pássaro cantar num cativeiro
Naquele instante não contive a emoção
Em saber que a beleza de seu canto
Condenou-o a viver numa prisão

Se por cantares hoje vives prisioneiro
Somos iguais neste ofício de cantor
Pra dar ao mundo mais poesia e ternura
Em liberdade, cantar a vida e o amor

Não tem preço, a liberdade não tem dono
Só quem é livre sente prazer em cantar
Se um passarinho canta mais quando está preso
É no desejo de um espaço pra voar

Quantos homens nas gaiolas desta vida
Aprisionados pela empáfia do poder
São como pássaros, cativos da injustiça
Morrendo aos poucos na prisão do mau-viver

Quero ver pássaros e homens livremente
Romper na vida toda forma de prisão
Que só o amor e a liberdade nos cativem
Aprisionando-se em cada coração

Não tem preço, a liberdade não tem dono
Só quem é livre sente prazer em cantar
Se um passarinho canta mais quando está preso
É no desejo de um espaço pra voar