A Flor Do Chamamé
(Vinicius Brum, Luiz Carlos Borges, Alegre Corrêa)
Quando a barca do silêncio
Cruza as águas frias do teu coração
Quando a lua empalidece
E as palavras fogem para imensidão
Quando já não resta nada
Nem cegueira nem visão
Quando a queda do teu pranto
Perder a razão
Quando as cores da paisagem
Vestem de saudade tua oração
Repetindo em cada passo
O tempo da memória, o tempo da canção
Quando andares pela casa
Nua, feito assombração
E tua vela solitária
Arder na escuridão
Talvez fique gravada
No livro a branca voz
Lágrima perdida, lua comovida
Que sobrou de nós
O espelho se quebrou
Mas não perdeu a fé
O amor ainda existe
Quando chora triste
A flor do chamamé