Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Além Da Cancela. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Além Da Cancela. Mostrar todas as postagens

Além Da Cancela


Além Da Cancela
(Léo Ribeiro de Souza, Celso Oliveira)

Um dia mateando na porta do rancho
Bombeei um carancho riscando o azul
Por coisas da alma frouxei as esporas
E fui mundo afora buscando meu sul.
Andei e andei por muitos lugares
Por ruas, por bares, distante do lar.
O sonho qu'eu tinha virou ilusão
E meu coração me pediu pra voltar.

É aqui que eu vivo de bombacha e bota,
Vertente nas grotas, luar no capim,
Um verde estendido, um céu cor de sangue,
É aqui que o Rio Grande precisa de mim.

Meu dia pra fora começa bem cedo
Mas não tenho medo que falte meu pão.
Preparo o alimento que a terra me dá
Ao som de manguá, monjolo e pilão.
Não há o que pague a paz do galpão
O cheiro de chão, o mate co'a prenda
O trote do pingo, o pala abanando
E de vez em quando um pulo na venda.

É aqui que eu vivo de bombacha e bota,
Vertente nas grotas, luar no capim,
Um verde estendido, um céu cor de sangue,
É aqui que o Rio Grande precisa de mim.

Na luz do povoeiro, na vida moderna,
Cansei minhas pernas dormindo nas "beras"
Jamais escutei um canto de grilo
E gaita no estilo da velha fronteira
E agora eu me acho sovando um pelego,
Carneando um borrego, trançando um buçal,
Na lida mais bruta é que me garanto
Sou homem do campo, não me leve a mal!

É aqui que eu vivo de bombacha e bota,
Vertente nas grotas, luar no capim,
Um verde estendido, um céu cor de sangue,
É aqui que o Rio Grande precisa de mim.