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Moça Que Chora Faz Rio


Moça Que Chora Faz Rio
(Airton Pimentel, Izabel L’Aryan)

Pocinho d’água
Dos olhos de alguém que amou
Uma índia morena
Que no sol se queimou
Mais cheirosa que a fruta
Que o tempo provou
Mais bonita que a lua
Que o tropeiro não levou

Moça chora e faz rio
Rio bom de nadar
Nadar cansa o braço
Muito mais do que esperar

Panelinha do rio
Regaço guardado no tempo
De vozes, sonhos, viagens
Que depois viram vento
E vão mudando nos dias
Na corrente dos pensamentos
E quando o amor vira pó
E não tem nenhum alento

Panelinha que é lenda
Viva e sempre contada
Pros que por aqui passam
Vão e vêm nessa estrada
Deixando amores perdidos
E histórias mal contadas
Mas que sempre retornam
Pra beber da tua água

Chasque Pra Dom Munhoz


Chasque Pra Dom Munhoz
(Gaspar Machado, Airton Pimentel)

Amigo Élbio Munhoz meu chasque não tem floreio
Eu uso bombacha larga e um chapéu de um metro e meio
Botas de garrão de potro laço, pealo e gineteio
E me sustento pachola na serventia do arreio

Por voltas que a vida faz para açoitar um cristão
Ando cortado dos trocos freio e pelego na mão
Sem um cavalo de lei pra visitar meu rincão
O nosso caiboaté é grande e guardo no coração

A tia Maria me disse que tua tropilha é de lei
E o José Rodrigues ramos confirmou quando eu pensei
Em te pedir um cavalo nesses versos que eu criei
Pra cantar em São Gabriel querência que eu sempre amei

Entrega pro tio Adil lá na costa do lajeado
E diz pra Anilde e a Silvinha que eu chegarei afogado
Num borrachão de saudade do tamanho do meu pago
E a negra Juci que espere com chimarrão bem cevado

Dom Élbio guarde consigo que um dia arranco do peito
E pago esta obrigação que me deixa satisfeito
E o pelo é da tua conta baio ou rosilho eu aceito
Que o velho Moacir Cabral me fez assim por direito

Rio Grande

Rio Grande
(Airton Pimentel, Edson Dutra)

O Rio Grande tchê, é uma canção de amor
Que o mundo inteiro vai dançar cantar
E quem entrar na roda do chimarrão amigo
Terá na mão o coração de um povo hospitaleiro

E depois ao sentir rodear o carinho total de um viver singular
Que não há outro igual, é o amor de um bem querer
Você vai ver, você vai dançar, você vai beber
Você vai querer só amar

Pilchas

Pilchas
(Luiz de Martino Coronel, Airton Pimentel)

Não pensem que são pirilampos estas estrelas lá fora
É a lua clara dos campos refletida nas esporas
Não pensem que são pirilampos estas estrelas lá fora
É a lua clara dos campos refletida nas esporas

Se uso vincha na testa é pra ver o mundo mais claro
Não vendo o mundo por frestas lhe posso fazer reparos
Sem cinturão com guaiaca me sinto quase que em pelo
Quando meu laço desata sou carretel de novelo

Da bodega levo um trago pra matar a minha sede
Meu chapéu de aba quebrada beija santo de parede

Atirei as boleadeiras contra a noite que surgia
Noite adentro entre as estrelas se tornaram Três Marias

Negro da Gaita

Negro Da Gaita
(Gilberto Carvalho, Airton Pimentel)

Mata o silêncio dos mates, a cordeona voz trocada
E a mão campeira do negro, passeando aveludada
Nos botões chora segredos, que ele juntou pela estrada

Quando o negro abre essa gaita
Abre o livro da sua vida
Marcado de poeira e pampa
Em cada nota sentida

Quando o pai que foi gaiteiro, desta vida se ausentou
O negro piá solitário, tal como pedra rolou
E se fez homem proseando, com a gaita que o pai deixou

E a gaita se fez baú para causos e canções
Do negro que passa a vida, mastigando solidões
E vai semeando recuerdos, por estradas e galpões.



Colaboração enviada por Liane