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Do Franqueiro ao Crioulo Lageano



Do Franqueiro ao Crioulo Lageano
(Sérgio Saretto, Romulo Furtado, Nilton Ferreira)

O nosso gado anda escasso, vai dando vaza ano a ano
Ao pinheiro Norte Americano, que vem ganhando espaço
Já não vejo tropas no passo, das carretas só a carcaça
Mas tenho confiança na raça do homem campeiro Serrano
E que o Boi Crioulo Lageano não fique só na estátua da praça

Foste o primeiro nas tropeadas portuguesas
Desde a firmeza nas carretas primitivas
Que mais nativas povoaram na passagem
Esta paragem pra morada dos birivas

Assim bendigo o tutano desses taitas
Que fez cruzar a Serra Grande pro Planalto
E aqui do alto pela força destes pastos
Deixaram rastros pra depois seguir o asfalto

O Sul Farrapo deve muito a ti parceiro
Foste o guerreiro dos munícios nas encostas
Que na peleia Canabarro sustentaram
Por ti forjaram a alcunha “Boi de Botas”

Raça antiga que o tempo não derrota
Que se alvorota a cada nova primavera
E aqui na serra, nessas antigas estâncias
Ficou costeando à volta de alguma tapera

E eu também sou nativo e Serrano
Xirú paisano criado num campo aberto
E tenho perto uma consciência crioula:
Que Franqueiro não tenha um futuro incerto

O tempo passa, mas o que é bom permanece
Leve contigo esta confiança na raça
Guardem amigos este rico patrimônio
Pra que não fique só a estátua na praça

Eu tenho fé que cruzarás o nosso tempo
Pra ser sustento dos novos campechanos
Pela consciência de que foi preservado
Rebatizado “Boi Crioulo Lageano”

Ainda sonho enxergar num fim de tarde
No sol que arde na silhueta das coxilhas
A cena antiga de peleia em aspas largas
Na bruta carga por um lote de novilhas