À Luz De Candeeiro
(Dionísio Costa)
Um éco de gaita cruzou pelo
campo
Quebrando o silêncio da noite
calada
E como o luzeiro de algum
pirilampo
A lua clareava o rumo da
estrada
De longe se ouvia o som do rio
grande
Embalando a alma do povo
campeiro
Que passa a semana grudado na
lida
E de vez em quando engarupa a
vida
Num baile gaúcho à luz de
candeeiro
Assim é o Rio Grande dos
bailes campeiros
Com gaita, cantiga, namoro e
peleia
Feitiço que chega de olhares
matreiros
Com a labareda que a sala
clareia
Porque o candeeiro que revela
o baile
Jamais enfraquece e não se
apaga o lume
Pois ele é o luzeiro da raça
nativa
E em nossa alma é uma chama
viva
Mantendo a essência dos nossos
costumes
Na voz do gaiteiro, inventando
vanera
E a gaita enfeitando o quadro
mais lindo
O ar ganhou vida de campo e
mangueira
No cheiro de terra da poeira
subindo
E quando a noite se foi
despacito
Arrastando o dia por várzea e
potreiro
Me fui estradeando e mui
satisfeito
Levando uma baita saudade no
peito
Do baile gaúcho à luz de
candeeiro
À LUZ DE CANDIEIRO - GRUPO LUZ DE CANDIEIRO by dionisioccosta