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O PÃO DO POEMA

 

TÍTULO

O PÃO DO POEMA

COMPOSITORES

LETRA

MÁRIO AMARAL

MÚSICA

MÁRIO AMARAL

INTÉRPRETE

LOMA

RITMO

MILONGA

CD/LP

5º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

5º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA

PREMIAÇÃO

MELHOR LETRA


O PÃO DO POEMA
(Mário Amaral)

O pão do poema é um sopro de vida
É o rosário de penas do peso da cruz
É o ventre da mãe que guarda o segredo
Do amor e seus medos em forma de luz

É um livro em branco é o filho e o pai
Que abraçam a vida com olhos de mar
É o semblante das mesas floridas de espinhos
É a palavra perdida querendo voar

O pão do poema é o silêncio dos sinos
Anunciando ao tempo um novo amanhã
É o branco lençol estendido de alma
Ao abrigo dos corpos cheirando a maçã

É a vertente pulsada de céu e de pranto
Um resto de espora além do carnal
O papel ainda moço na cova das horas
Que ao vento balança a paz outonal

O pão do poema é o olhar da criança
A gota de orvalho tingindo seu véu
É a terra sozinha que canta e que chora
A sina com gosto de sal ou de mel

É o fio da espada ao brilho da estrela
Tecendo taperas velando ninguém
É o sorriso da moça saudosa que espera
Coração de quimeras só Deus sabe quem

BEM NA PORTEIRA

Título
BEM NA PORTEIRA
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
SABANI FELIPE DE SOUZA
Intérprete
CRISTIANO QUEVEDO
Ritmo
CANÇÃO 
CD/LP
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Festival
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR
MÚSICA MAIS POPULAR

BEM NA PORTEIRA
(Gujo Teixeira, Sabani Felipe de Souza)


Circunstânciais os limites pra quem vive num moirão
Num rancho de terra bruta a um metro e tanto do chão
Um casal de João de Barro com paciência, bico e asa
Escolheu bem na porteira pra erguer o sonho da casa

O barro depois da chuva bastou pra toda morada
Mangueira de terra boa sovada com a cavalhada
O tempo fez dias claros e a construção foi parelha
Duas semanas e o rancho foi do alicerce pras telhas

O macho levava cantos pro timbre do alambrado
Na partitura da cerca, anunciava os bem chegados
Toda manhã de setembro um canto novo acordava
Quando a fêmea emplumada, por sobre o rancho cantava

Porta pro lado do sol, meter a cara em porfia
E um canto de passarinho chamando as barras do dia
Porque a vida tem sentidos, onde a razão não se cansa
De renascer todo o dia, aonde existe esperança

Mas foi bem junto com a chuva que uma tropa de cruzada
Se apertou bem na porteira querendo pegar a estrada
E o moirão num trompaço perdeu o entono e a razão
E derrubou o ranchinho de terra e o ninho pro chão

E a tropa cruzou por diante sem repara o que fez
Casco e pisada quebraram dois sonhos de uma só vez
E o barreiro repousado no outro moirão da porteira
Parecia que buscava ao longe sua companheira

Custou, mas cantou de novo, de asas e bico aberto
Quando o casal se encontrou num cinamomo ali perto
Pra erguer um novo rancho no mesmo ciclo de espera
Longe do cruzo das tropas, na próxima primavera.


Quando A Tropa Está Estourada

Quando A Tropa Está Estourada
(Ramiro Amorim, Erlon Péricles)

Mormaceira, tarde quente, no céu um corvo agourento ,
Campo quieto, nenhum vento, a tropa vinha abombando,
“Eu de cá” não achei graça quando se armou pro Sul,
Enegreceu o céu azul e a manga veio estourando.

Nisso o lote da ponta enveredou no aramado,
O seu Marcos assustado correu o facão nos fios,
Dois ficaram a cuidar da tropa no corredor...
“Eu de cá” fui de fiador, costeando a margem do rio.

Disse o Nelson, há bem pouco, ter visto formiga de asa,
Tacuru que abriu a casa sabendo que vinha água,
“Eu de cá” pensei que era uma chuva de verão,
Não uma tormenta osca de deitar as crinas no chão!

"Oito campeiro e três cusco" a repontar esses bois,
Bem certo eram vinte e dois, no total cento e quarenta,
Duas horas de tormenta, cachorro, estalo de relho,
Um boi pampa bem parelho caiu sangrando na venta.

Trovão, ventania e raio de enxergar o pago inteiro
A água pelos bueiros arrebentava os gargalos.
Lembro tudo o que falo, pois pouco adiantou a cuscada,
Quando a tropa está estourada precisa mesmo é cavalo.

Têm coisas que a gente pensa e mesmo com experiência
Pelas lidas da querência, patacoadas e atropelos ,
Perde o fio do novelo, fica a cismar onde errou,
O primeiro que desgarrou era manso e era sinuelo.

A chuva se foi num upa, o temporal ganhou mundo,
Olhares quietos, profundos, nos semblantes encharcados,
Alinhamos todo o gado e nenhum chego no rio,
Perdemos só o que caiu no lançante pro banhado.

Intérpretes: Ângelo Franco, Cristiano Quevedo