Assim Te Vejo Querência
(Zé Renato Borges Daudt, Xirú Antunes)
Como te
recordo querência,
Pedra,
tijolo e capim,
Da sanguita
da cruzada,
E dos passos
de guri,
Ronda de
tropa e sestiada,
Do cheiro de
alecrim,
Dos olhos
amorenados,
Onde no mais
me perdi.
Do feitiço
da porteira,
Tranca,
retranca, cambuim,
Porque a
porteira é chegada,
Da invernada
até ali,
Depois nos
leva pra casa,
Caminito que
é assim,
Traz cheiro
da velha cozinha
E perfume de
jasmim.
Potreiro
frente ao galpão,
Descanso do
dia a dia,
Banhadito
musiqueiro,
E o canto da
saparia,
Entreveram
caponetes,
Abrigos pras
invernias,
Gestação das
pitangueiras,
Tarumãs e curunilhas.
Campo do
fundo que traz,
Berro de
touro matreiro
O sentido da
vacagem
Que se
apartou dos terneiros,
Noite cheia
de assombros,
Do negro do
pastoreio,
Nos devolve
a cavalhada
Lá num canto
do potreiro.
Querência
pra mim é assim,
Condição de
pasto e chão
Oração de
picumã,
No oratório
do galpão,
Silêncio de
paz morena
Domingueando
no rincão
Verde de
olhar que derrama,
Que alimenta
o coração.
Intérprete: Gustavo Teixeira
Recitado : Xirú Antunes
Intérprete: Gustavo Teixeira
Recitado : Xirú Antunes
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