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Negro Tronqueira

Negro Tronqueira
(Severino Moreira, Cristiano Viégas Medeiros, Volmir Coelho)

Rancho barreado, negro velho
Um perro por companheiro
Um radiozito caturritiando
Os versos de um pulpero.

É uma imagem de campo
Que o tempo não apagou
Que tantos olhos viram
E a alma triste gravou.

Mãe preta na janela
Como a espera do retrato
E alguém beba a saudade
Na consistência do fato.

La dentro o fogo manso,
Feijão preto galopeando,
Se a alforria não chegou,
O retrato fica mostrando.

Será um João Barreiro,
Que fez rancho para si
Ou será algum “Chopin”
Que o acaso botou ali.

Na pele a cor do barro,
Que sustenta o “cupiar”,
No garrão, raiz de salso,
Entranhado no lugar.

É a estampa do Rio Grande
Pelos grilhões do passado,
Que prendem numa grota
A ilusão dos alforriados...

Indefinido porém
O rancho e a sua gente,
Na arte feita do barro
E a pobreza do vivente.


Intérprete: Volmir Coelho

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