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Passando O Laço


Passando O Laço    
(Mauro Moraes)

Eu, quando proseio comigo, encontro um amigo
De alma, querência, de mate e galpão,
E às vezes, olhando as pessoas, as poucas e boas,
Compreendo a que veio tocando violão.

A estância, pra mim, é o reduto onde faço meu mundo,
Compondo de tudo em cima do arreio,
Aliás, é onde o meu tempo campeia o que penso,
Parando rodeio no campo do meio.

É onde se tem tão somente
Uma volta sem ida
E um verso cheirando a mangueira
Depois da lida.

Eu ando sempre em campanha,
Onde a vista é tamanha
E quem me acompanha, anda pelas caronas
De mate, cambona, cordeona e chibo.
E às vezes, de poncho quebrado
Tropeando o gado,
Escrevo a cavalo, armando um pealo
Com a bota presa no estribo.

É onde se rasga uma armada
Num marca borrada criado veiaco
E a alma procura a volta
Passando o laço.

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