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Essas Meninas


Essas Meninas
(Marcelo D’Ávila, Tuny Brum)

No brete escuro
De cada rua
A luz da lua
É um clarão que se insinua
Iluminando a silhueta pequenina
Dessas meninas
Que se vendem nas esquinas.

Não são mulheres
Nem são crianças:
A esperança se perdeu
Num quarto escuro;
Foram-se os sonhos
E quebraram-se os brinquedos
Ficou o medo
E a incerteza no futuro.

Igual aos rios que tem seus cursos desviados
Matando a sede das sementes pelas tardes
Essas meninas têm roubada sua infância
No cotidiano indiferente das cidades.

Nas avenidas,
Pelas esquinas,
Essas meninas
Vão cumprindo
Suas sinas:
Tropa perdida
Entre refregas
E disputas
Que a vida bruta
Abandonou na reculuta.

Igual aos rios que tem seus cursos desviados
Matando a sede das sementes pelas tardes
Essas meninas têm roubada sua infância
No cotidiano indiferente das cidades.

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