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Alma Chamamecera

Alma Chamamecera
(Érlon Péricles)

Minha alma chamamecera
Solfeja notas em assovio
E eu perco a noção das horas
Ponteando o pinho em noites de frio.

Saudades da terra boa,
Cheiro de mato, costa de rio
É a tristeza que se achega
Chaira sua faca, aumentando o fio.

Por que será que se parte?
Por quantas vezes me perguntei
Ganhei o mundão por diante
Buscando os sonhos que inventei

É preciso andejar muito
Pra descobrir o que agora sei
Coisas que tinham valor
Com o passar do tempo, hoje já não tem.

É estranho esse sentimento
De amor profundo por nosso chão
Fica guardado no peito
Bem lá no fundo do coração

E quando menos se espera
Vem desaguar na foz da emoção
Vem me sofrenando a alma
E a saudade cobra recordação.

O rio dos olhos se inunda
Sai do seu leito, campo afora vai
Levando tudo por diante
Feito as enchentes do Uruguai
Um verso amigo se achega
Pra enxugar o pranto que do rosto cai
O peito transborda mágoa
E a garganta arde num sapucay.

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