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Tino Sestroso

Tino Sestroso
(Rodrigo Bauer, Joca Martins)

Eu tenho um tino sestroso de potro maula,
Que mostra o branco do olho pra quem quiser;
A alma que nem um tigre dentro da jaula
E um jeito de olhar a vida como ela é...

A vida é égua gaviona que não se cansa
E ensina a gente do campo sempre bem mais...
Por isso é que sei que o homem de fala mansa
É muito mais perigoso que os animais !

Mas quem me ganha a confiança numa bolada,
Encontra um amigo bueno de coração;
Parceiro sempre de jeito pra uma quarteada
E pode contar nas tarcas mais um irmão...

E assim a alma se amansa de andar no pêlo,
Desarmo as mãos pra cevar o meu chimarrão.
Meu tino xucro retorna pra ser sinuelo
E a vida vem ser tambeira neste galpão !

Porém é sempre preciso ser desconfiado !
Que bom seria se a história não fosse assim !
E o homem fosse sincero que nem o gado
Que pasta comunitário o mesmo capim !

Eu tenho um tino sestroso de gado alçado
E um coração de menino que canta, enfim...
Por bem me levam o pala, o chapéu tapeado !
Por mal nem mesmo um chinelo levam de mim !

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