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Flor De Cinamomo

Flor De Cinamomo
(André Teixeira, Edilberto Teixeira)

Quando o vento galopeia
Pelo campo e, como um potro,
Deixa o peão de chapéu torto
Lagarteando na soleira,
Suas flores saem rolando
E vão, sem rumo, se enredando
Nos cavacos da lenheira!

E a copa dos cinamomos
Que da estância é a ante-sala,
A gingar, se despetala
Dos seus pássaros cantores.
Sua galharia se arrufa
Com o moleque lufa-lufa
Do chuvisqueiro das flores.

Linda flor de cinamomo
Que tem pétalas de espora
Sai rolando pátio a fora
Campeando o que não perdeu.
A vassoura é quem te espera,
Faz de conta, a primavera
No meu peito não morreu.

Pelo intenso movimento
De sua linda floração
São levadas pelo vento
Como uma chuva de verão.

Com o tapete de estrelinhas
Todo o chão fica azulado
Como um céu que foi pintado
Libado pelas abelhas.
Lindo é ver o peão caseiro
A dançar pelo terreiro
Varrendo o cisco de estrelas.

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